Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Impaciência com governo é filha da intolerância da campanha, diz Guedes

Ministro faz elogios à generosidade e autocritica de Jair Bolsonaro

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São Paulo

Aplaudido de pé ao fim de sua apresentação em evento do Grupo Lide, em Campos de Jordão, o ministro da Economia Paulo Guedes negou, nesta sexta-feira (5), que o governo atravesse uma crise política. Disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro não tem como mudar no curto prazo e ressaltou que a impaciência atual com o governo é filha da intolerância da campanha.

“Governo agiu com presteza e está trabalhando. Tem PPI, leilão de aeroporto, as coisas começam a acontecer e todo mundo impaciente, dizendo: 'não o presidente não está compondo'”, afirmou. “A impaciência atual [com o governo] é filha da intolerância da campanha”, disse Guedes.

Para Guedes, o establishment achou que ganharia as eleições e acabou assassinando as reputações à direita, mas não achou candidato viável.

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Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ministro Paulo Guedes (Economia) e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) falam durante evento em Campos do Jordão - Bruno Santos/Folhapress

"O candidato preferencial do establishment, Geraldo Alckmin, acabou com quase tanto voto como o Cabo Daciolo, o que mostra o esfacelamento do centro porque, segundo a opinião pública, houve perda de decência”, alfinetou.

Guedes negou que o governo atravesse uma crise política e que disse que há muita impaciência. Segundo ele, o governo mandou ao Congresso dois projetos —o pacote de Sergio Moro anti-crime e a proposta da Previdência– em menos de 60 dias, já que nos primeiros 30 dias o Congresso ainda não tinha tomado posse.

Disse ainda que a boa política está viva e que ele vê isso no Congresso. “Existe diferença com a boa política. Eu estou vendo que tem, ela está viva e quer agir.”

Guedes defendeu a atuação de Jair Bolsonaro na articulação política, ao dizer que o presidente foi eleito dizendo que não faz a velha política, “Ele fez todo um discurso, como é que em 30 dias ele vai mudar a forma de viver que ele desenvolveu ao longo de 26 anos? Ele só ganhou porque a trajetória dele tinha sido de rompimento o tempo inteiro. Ele precisa de um certo tempo”, disse.

Guedes afirmou ainda que o presidente tem sido “de uma generosidade enorme e de grande autocrítica”. “O que mais eu posso pedir nesse momento de um presidente?”.

AUTOCRÍTICA DA MÍDIA

Guedes reclamou ainda do que qualificou como “certa impaciência da mídia convencional que, em menos de 60 dias operacionais, já quer que tudo caia certinho. Não é assim, leva um tempo”.

Segundo o ministro, a mídia fez um trabalho extraordinário ao longo de 30 anos, mas “se apaixonou durante campanha presidencial e assassinou reputações”.

“Mas 57 milhões apostaram contra ela [a mídia]. Se a mídia não fizer uma autocrítica também, é muito fácil exigir do presidente”, disse.

“Em vez de prestar atenção num cara que xingou o outro ali, os dois se xingaram, um deu um empurrãozinho. Tem um processo maior acontecendo. Vamos trabalhar no lado construtivo. Eu disse isso até ontem, falando com o PT”, disse Guedes.

Guedes deixou o evento sem falar com a imprensa. 

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