Lucro do Santander cresce 22% e vai a R$ 3,5 bilhões

Avanço reflete incremento de receitas com empréstimos e cobrança de tarifas

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São Paulo

O lucro líquido do Santander Brasil cresceu 21,9% e fechou o primeiro trimestre de 2019 em R$ 3,5 bilhões. O avanço reflete o incremento das receitas com empréstimos e cobrança de tarifas.

A margem financeira do banco, a principal fonte de receitas, cresceu 5,9% em 12 meses, enquanto as arrecadações com tarifas avançaram 9,5%. O Santander é o segundo a divulgar seus resultados do primeiro trimestre —na semana passada, o Bradesco divulgou crescimento em taxa semelhante à do Santander, com lucro de R$ 6,2 bilhões.

A carteira de crédito do Santander fechou março em R$ 310 bilhões, alta de 10,8%. As concessões seguem de forma mais acelerada para pessoa física, com as linhas de crédito consignado e cartão de crédito. Nessas duas, a expansão foi de 25% entre o primeiro trimestre de 2018 e 2019.

Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, afirmou esperar que a carteira de crédito ampliada (que inclui outros títulos de crédito, como debêntures) termine o ano em R$ 400 bilhões, ante os atuais R$ 386,9 bilhões.

Isso representaria crescimento de menos de 4% —em 2018, a carteira cresceu mais de 10%.

 “Espero ver a gente ultrapassar uma carteira de R$ 400 bilhões, não como meta, mas como ambição. Se não passar, vai chegar muito próximo”, afirmou Rial.

 A dúvida, porém, está no segmento de grandes empresas, que encolheu e não dá sinais de recuperação, segundo o executivo.

 “Não estou vendo demanda das grandes empresas, que trazem volume, mas vai ver operações de mercado de capitais importantes”, disse.

Homem passa em frente a agência do Santander no Rio de Janeiro
Homem passa em frente a agência do Santander no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes - 29.jan.18/Reuters

Os grandes bancos vinham esperando uma migração das empresas para o mercado de capitais à medida em que a economia brasileira passasse por uma recuperação.

Isso levaria a uma migração da receita de crédito para tarifas. Na comparação entre o último trimestre de 2018 com os primeiros três meses de 2019, é possível perceber que isso ainda não ocorreu.

O lucro do banco cresceu 2,3% nessa base de comparação, em um resultado mais ligado à queda nas despesas do que crescimento das receitas.

A margem financeira ficou estável, enquanto a receita com tarifas caiu 4,1%.O motivo, segundo o banco, foi justamente a fraqueza do mercado de capitais, o que já havia aparecido na demonstração de resultados do Bradesco.

Há ainda um efeito sazonal, que estimula a arrecadação com operações de cartão de crédito e a receita com maquininha no quarto trimestre do ano, e que acaba se materializando em queda nos três primeiros meses seguintes.

O Santander detalhou isso na demonstração de resultados apontando que o faturamento da Getnet, a empresa de maquininhas do banco, foi de R$ 46,7 bilhões, queda de 13% na comparação com o final de 2018, mas alta de 16% ante os três primeiros meses de 2018.

O setor de maquininhas passa por um momento de competição acirrada por redução de taxas e participação de mercado, o que vem apertando a margem das empresas.

Neste ano, o banco lançou a Superget, maquininha voltada a pessoa física e microempreendedor individual, com taxa igual, de 2%, para vendas no débito e no crédito. A meta do banco, sem prazo, é chegar a 1 milhão de maquininhas desse tipo no mercado.

O executivo disse que o Santander planeja olhar uma possível parceria com a Caixa no setor de maquininhas. O presidente do banco público, Pedro Guimarães, tem dito que planeja atuar no setor de adquirência e isso poderá ser com um parceiro –entre os grandes bancos, só a Caixa está fora desse mercado.

Rial, do Santander, destacou, porém, que parcerias são bem vindas, mas complexas, e será preciso conhecer os termos da proposta para avaliar a atratividade da sociedade.

Apesar da fraqueza da economia brasileira e a dificuldade de recuperação do emprego formal, a inadimplência do Santander segue estável em 3,1%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, houve um aumento de 0,2 ponto percentual.

“Sempre surge a pergunta se a inadimplência continuará caindo, acho improvável”, disse Rial.

Mesmo com o cenário mais adverso, o banco manteve o retorno sobre o patrimônio líquido em 21,1%, que havia alcançado no último trimestre do ano passado. Essa é uma medida importante de retorno para investidores.

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