Descrição de chapéu Financial Times

Novo Galaxy Fold da Samsung quebra depois de poucos dias de uso, dizem jornalistas

Novos celulares dobráveis da gigante sul-coreana serão vendidos a US$ 2 mil

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Seul | Financial Times

Alguns dos novos celulares dobráveis da Samsung, que serão vendidos a quase US$ 2 mil, parecem quebrar depois de apenas dois dias de uso, de acordo com diversos jornalistas que receberam o aparelho para teste antes do lançamento público na semana que vem.

A gigante da tecnologia sul-coreana anunciou na quinta-feira que tinha recebido "alguns poucos" relatos de danos na tela principal das amostras do Galaxy Fold distribuídas a jornalistas. "Vamos inspecionar essas unidades minuciosamente, em pessoa, para determinar a causa do problema", a empresa afirmou.

Novo Samsung Galaxy Fold foi anunciado em fevereiro. - AFP

Repórteres da Bloomberg, The Verge e CNBC que receberam o novo celular para teste esta semana disseram que a tela do aparelho rachou, ou apresentou problemas de imagem. Um repórter do Financial Times não encontrou problemas  semelhantes durante seu curto teste do produto.

O celular dobrável, um dos primeiros de seu tipo e muito aguardado, é um smartphone de bolso cuja tela pode ser estendida para o tamanho de uma tela de tablet.

A Samsung, que mostrou o produto em fevereiro, antes dos rivais, esperava que o novo celular a ajudasse a firmar sua reputação como companhia inovadora e redespertasse as vendas de smartphones, que estão se desacelerando agora que é difícil discernir as diferenças no design dos aparelhos dos diversos fabricantes.

O modelo —que será vendido por US$ 1,98 mil, o que o torna um dos smartphones mais caros do mundo— chegará às lojas dos Estados Unidos em 26 de abril. A Samsung disse que suspendeu as pré-vendas do modelo devido à forte demanda.

A Samsung havia enfatizado a durabilidade do aparelho, dizendo que a tela resistia a 200 mil aberturas e fechamentos, ou 100 ao dia durante cinco anos. A companhia planeja produzir pelo menos um milhão de celulares de tela dobrável, para venda em todo o mundo.

Ainda que celulares com telas dobráveis como o Galaxy Fold e o Mate X, da Huawei Technologies, não devam ser vendidos em grande número, eles foram saudados como o maior experimento no design de celulares desde o lançamento do iPhone pela Apple, 12 anos atrás.

Alguns dos repórteres de tecnologia noticiaram ter encontrado problemas com a tela dobrável logo que removeram a cobertura protetora, mas outros disseram que a tela quebrou mesmo sem que removessem a proteção.

O celular ficou "completamente inutilizado" em dois dias, escreveu Todd Haselton, repórter da rede de notícias CNBC. Um vídeo gravado por ele mostrava um clarão intermitente na parte esquerda da tela interna, e o lado direito da tela escuro. Dieter Bohn, do site de notícias tecnológicas The Verge, disse que apareceu "uma pequena bolha" na dobra da tela.

"A tela plástica externa é suscetível ao calor e relativamente fraca, e pode quebrar facilmente se o usuário remover a camada protetora", afirmou Kim Young-woo, analista da corretora SK Securities, afirmando que as pré-vendas do produto poderiam ser afetadas pelo problema.

A Samsung afirmou que a camada superior de película plástica transparente da tela dobrável foi projetada para protegê-la contra arranhões.

"Remover a camada protetora ou colocar adesivos na tela principal pode causar dano. Informaremos os nossos clientes claramente sobre isso", a companhia afirmou.

Não está claro de que maneira os problemas noticiados podem afetar as vendas do dispendioso aparelho. Mas a imagem de marca da Samsung pode ser prejudicada caso a empresa não determine a causa exata dos problemas e os resolva imediatamente.

A Samsung sofreu bilhões de dólares em prejuízo em 2016 quando foi forçada a encerrar a produção do smartphone Galaxy Note 7, depois que as baterias que acionavam esse modelo de tela grande entraram em combustão espontânea em alguns exemplares. A empresa teve de recolher milhões de aparelhos sujeitos a incêndio, e enfrentou dificuldades para resolver o problema. 

Financial Times, tradução de Paulo Migliacci

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