Carlos Ghosn deixa prisão após pagar fiança, pela segunda vez

Ex-executivo da aliança Renault-Nissan estava preso em Tóquio desde 4 de abril

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Tóquio | AFP

O ex-presidente da Renault-Nissan Carlos Ghson saiu nesta quinta-feira (25), após o pagamento de fiança, da prisão no centro de Tóquio onde estava detido desde 4 de abril, acusado de fraude.

O ex-executivo saiu do local às 22h20 (10h20, no horário de Brasília), cercado de guardas, diante das câmeras da imprensa, e seguiu para um carro.

Ex-presidente da Nissan-Renault deixa a prisão pela segunda vez
Ex-presidente da Nissan-Renault deixa a prisão pela segunda vez - Issei Kato/Reuters

O Tribunal de Tóquio havia anunciado a aprovação da liberdade mediante fiança de 500 milhões de ienes (R$ 18 milhões).

Os advogados de Ghosn destacaram um problema médico. "Ele sofre de insuficiência renal crônica e detalhamos esta informação em nosso pedido", explicou seu principal advogado, Junichiro Hironaka, no início desta semana.

Ao sair da prisão, Ghosn está sujeito a condições estritas: "prisão domiciliar, proibição de deixar o Japão e outras condições para evitar a destruição de provas e a fuga", segundo o tribunal.

Ele também só poderá ver sua esposa "se o tribunal aprovar uma solicitação" a esse respeito, explicou Hironaka à imprensa. 

Ghosn está na mira da acusação por seu suposto papel em um dos elementos do caso e por ter contatado os protagonistas do caso. 

Durante a sua libertação anterior, Carlos Ghosn foi autorizado a ver sua família em um apartamento alugado em Tóquio, do qual não poderia se ausentar por mais de três dias. Ele vai voltar para a mesma casa, segundo seu advogado

Após sua segunda detenção em sua casa em Tóquio, apenas um mês depois de deixar a prisão, Ghosn, 65 anos, que tem tripla cidadania francesa, libanesa e brasileira, foi interrogado sobre as transferências de dinheiro entre a Nissan e um distribuidor de veículos da marca em Omã.

De acordo com os promotores, US$ 5 milhões (R$ 19,7 milhões) destes fundos foram usados para o enriquecimento pessoal.

Segundo analistas, esta é a acusação mais grave apresentada até agora contra Ghosn, cinco meses após sua primeira detenção, em 19 de novembro de 2018 no aeroporto de Tóquio.

O executivo tem diz ser inocente e vítima de uma conspiração contra ele. 

"Meu marido é inocente de tudo", escreveu Carole Ghosn em um artigo publicado recentemente no Washington Post, no qual expressou preocupação com a saúde do executivo.

Carole afirma que tanto o ministro japonês da Economia e Comércio como os executivos da Nissan eram contrários à fusão entre a montadora japonesa e a Renault, medida que era defendida por Ghosn.

 "O que deveria ter sido resolvido no conselho de administração se tornou um caso judicial", escreveu.

O executivo, que já foi o todo-poderoso presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, foi indiciado duas vezes por não declarar todos os rendimentos entre 2010 e 2018 nos documentos que a Nissan entregou às autoridades financeiras japonesas.

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