Descrição de chapéu Previdência Governo Bolsonaro

PSL madruga na CCJ para tentar blindar Previdência de ação do centrão

Partidos de centro e oposição querem atrasar a análise da reforma no colegiado

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Brasília

Deputados do PSL chegaram cedo à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta segunda-feira (15) para tentar blindar a reforma da Previdência da atuação conjunta de centrão e oposição, que querem atrasar sua análise no colegiado. 

Os primeiros a chegar na fila, antes das 7h, foram Loester Trutis (MS) e General Girão (RN). A ideia é que eles apresentem um requerimento para que a reunião se inicie pela ordem do dia, sem a leitura de ata e outras burocracias que costumam precedê-la. 

A apresentação de requerimento do tipo é praxe. Ele apenas coloca em discussão as matérias deliberativas. 

O problema para o governo deve ser depois, com a provável apresentação de um pedido para que a PEC do Orçamento impositivo seja posta em votação antes da Previdência. 

Caso seja apresentado, o pedido deve ter apoio de partidos do centrão, como PP, PR, PRB, SD e Podemos, além de PT, PSOL, PSB e PDT. Uma mudança na pauta irá adiar a votação da reforma. O governo pretende conclui-la até esta terça-feira (16), antes da Páscoa. 

Além de Trutis e Girão, outros deputados do PSL dominam a fila de inscrição para fala. Eles, no entanto, não serão os primeiros a discursar, uma vez que o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), fez um acordo com parlamentares para utilizar a lista da semana passada, que já conta com 15 parlamentares. 

A reunião terá início nesta segunda às 14h e deve se prologar até à noite, já que a oposição deve entrar em obstrução para tentar derrotar o governo com o adiamento da conclusão dos trabalhos no colegiado para a próxima semana. 

“Não vamos deixar votar PEC do Orçamento impositivo vapt-vupt. E o presidente da CCJ quer limitar o tempo do debate da Previdência. Não fizemos acordo nenhum sobre como será a sessão”, disse o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).

O líder do PSL, Delegado Waldir (GO), afirmou que o objetivo é votar antes do feriado de Páscoa.

"Nós queremos votar a reforma da Previdência nessa semana. O PSL é a favor da votação das duas PECs, a do Orçamento impositivo e da Previdência", declarou Waldir, sem dizer a ordem de análise dos projetos defendida pelo partido.


Uma reunião para tentar chegar a um acordo foi convocada pelo presidente da CCJ para antes do início da sessão. Segundo membros do PSL, o partido teria acordado com o centrão para votar o Orçamento impositivo caso os partidos deem apoio a um requerimento para encurtar o tempo de debates da Previdência, prejudicando a oposição. 

Estes, porém, dizem que vão passar a obstruir a PEC caso seja firmado acordo no sentido de não deixar que todos os inscritos debatam a reforma. 

O PSL também avalia votar a favor do requerimento de inversão de pauta caso contabilize que não possui os votos necessários para barrá-lo. A estratégia é a mesma utilizada no plenário da Casa, quando o partido votou com a oposição para evitar que o episódio fosse caracterizado como uma derrota do governo. 

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