Comércio fica estável em fevereiro e só não recua devido ao Carnaval

Principal contribuição positiva para o setor veio do comércio de fantasias

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São Paulo

No mês da véspera do Carnaval, as vendas de fantasias e adereços impediram que o setor varejista recuasse. Segundo informou o IBGE nesta terça-feira (9), o volume de vendas do comércio ficou estável em fevereiro na comparação com o primeiro mês do ano.

Ao ficar na estabilidade, o setor permanece 6,6% abaixo de seu nível recorde, alcançado em outubro de 2014. A projeção para fevereiro deste ano, feita por economistas entrevistados pela agência Bloomberg, era de queda de 0,4%.

Enquanto o setor varejista não despontou, a compra de fantasias, vestimentas e calçados para a comemoração da data impulsionou o segmento de tecidos no mês, cuja alta chegou a 4,4%. Outro grupo que avançou foi o de artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba as lojas de departamento, reforçando o peso do Carnaval.

Na outra ponta, ficaram os segmentos de hipermercados e supermercados, combustíveis e lubrificantes e móveis e eletrodomésticos, todos em queda no período, o que garantiu o equilíbrio e trouxe o desempenho de 0%.

"O que salvou foram as compras para o Carnaval. O desempenho do comércio reflete uma economia lenta, que cresce pouco e com um mercado de trabalho com milhões de desempregados e com muitos trabalhadores informais", explicou a gerente de pesquisa de Comério do IBGE, Isabella Nunes.

Para Nunes, o avanço dos preços dos alimentos no domicílio, que cresceu 1,24%, de acordo com o IPCA de fevereiro, inibiu a compra desses produtos.

“O resultado de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi em parte influenciada pela queda nas vendas dos alimentos em razão do fator preço.”

Na comparação com o mês de fevereiro de 2018, porém, o volume de vendas do varejo cresce 3,9%.

Nunes, contudo, explica que há o efeito do período em que se comemora o Carnaval. Pelo evento ter caído em março, a pesquisa deste ano considerou dois dias úteis a mais do que em fevereiro de 2018.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, houve recuo de 0,8% nas vendas, com quedas de 0,9% em veículos, motos, partes e peças e de 0,3% em material de construção, após ambos os setores registrarem alta em janeiro.

A pesquisa Focus do Banco Central vem apresentado recorrentes reduções na expectativa para o crescimento econômico neste ano, com a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) estimada agora em 1,97% em 2019, indo a 2,7% em 2020.

Com Reuters

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