A economista Cecilia Machado, 38, passa a assinar coluna quinzenal na editoria Mercado nesta terça (14), revezando-se com o publicitário Nizan Guanaes.

Professora do programa de pós-graduação em economia da FGV EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas), pesquisa questões econômicas e sociais ligadas a trabalho e renda. 

Exemplifica: como é formada a mão de obra ou como trabalhadores fazem investimentos em qualificação.

Para isso, usa microdados de pesquisas que medem os grandes números econômicos, como o desemprego.

“Tento entender os diversos vetores que podem estar associados [ao número]. Qual é a taxa de desemprego por raça e gênero. O que faz com que a permanência de uma pessoa negra [no mercado de trabalho] seja menos persistente do que a de uma pessoa branca”, diz.

Machado afirma que é uma economista ligada à pesquisa, portanto mais distante das discussões e do imediatismo do mercado. O que não significa que suas colunas deixarão o factual de lado. Cita, por exemplo, o corte de orçamento do IBGE, base bastante usada por pesquisadores.

“Existe toda uma discussão sobre censo demográfico e sua reformulação. O debate  é sobre economia de recursos, e não em relação à fotografia da população brasileira. Que tipo de descontinuidade essa reformulação pode trazer? Será que é o censo a principal fotografia que a gente quer ter?”, questiona.

Diz que pretende advogar por acesso a outros tipos de dados públicos, restritos mesmo via Lei de 
Acesso à Informação.

É o caso dos dados de beneficiários do Bolsa Família, que pertencem à Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. A pasta da Saúde, por outro lado, sabe a idade e o peso da criança ao nascer.

“Se quisesse entender efeitos do Bolsa Família, poderia me basear na Pnad, mas também me basear em dados disponíveis, mas em monopólio do Ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social.”

Machado é economista formada pela UFRJ, fez mestrado na PUC-RJ e doutorado na Universidade Columbia (EUA).