Bolsas chinesas têm maior queda em mais de três anos com ameaças de Trump

Delegação chinesa irá aos EUA para negociações

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Xangai (China) | Reuters

Os investidores chineses foram pegos de surpresa pelas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levando-os a vender ações e a vender o iuan nesta segunda-feira (6), quando a deteriorização das relações comerciais entre Pequim e Washington agitaram os mercados financeiros asiáticos.

Os principais índices acionários do país mostraram sua maior queda em mais de três anos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen e o índice Xangai caíram mais de 5% cada, registrando sua maior queda em um único dia desde fevereiro de 2016. Cerca de mil empresas despencaram o limite máximo permitido de 10% no dia. Os índices europeus também estão em queda entre 1% e 2% nesta segunda.

O sentimento do mercado recebeu um pequeno impulso um pouco depois, com a China dizendo que sua delegação comercial está se preparando para ir aos Estados Unidos.

Trump surpreendeu os mercados globais com uma publicação no Twitter na noite de domingo anunciando que vai aumentar as tarifas dos EUA sobre os US$ 200 bilhões (R$ 788 bilhões) em mercadorias chinesas nesta semana e terá como alvo centenas de bilhões em breve, dizendo que as negociações comerciais com a China estão indo devagar demais.

Os mercados haviam amplamente precificado as expectativas de que um acordo comercial seria alcançado em breve, reduzindo ainda mais a pressão sobre a economia chinesa, que recentemente mostrou sinais de estabilização.

A ameaça veio após uma visita de conselheiros de Trump a Pequim. Eles veem como recuo a recusa dos chineses em assumir no texto do acordo o compromisso de mudar suas leis.

Robert Lighthizer, representante comercial dos EUA, disse a jornalistas que houve “erosão dos comprometimentos” por parte da China.

Estimulando as expectativas de que a nova incerteza no comércio poderia levar a uma flexibilização monetária adicional, o banco central da China disse nesta segunda-feira que cortará a taxa de compulsórios para bancos de pequeno e médio porte.

Delegação chinesa nos EUA

A China afirmou nesta segunda que uma delegação está se preparando para ir aos Estados Unidos para negociações comerciais, depois que o presidente Trump aumentou a pressão sobre Pequim.

"Também estamos no processo de entender a situação relevante. O que posso dizer a vocês é que a equipe da China está se preparando para ir aos Estados Unidos para as discussões", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, em entrevista à imprensa.

Mas Geng não disse se o vice-premiê, Liu He, que é a principal autoridade da China nas negociações, fará parte da delegação como planejado originalmente.

"O que é de vital importância é que ainda esperamos que os EUA possam trabalhar com a China para se encontrarem no meio do caminho e que se empenhem para alcançar um acordo mutualmente benéfico com base em respeito mútuo", disse Geng.

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