Mourão vê de perto detalhes do programa espacial chinês

Vice-presidente visitou instalações e áreas de testes em Pequim

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Luiza Duarte
Pequim

China e Brasil completaram em 2018 três décadas de parceria no setor espacial, no entanto, o governo brasileiro assinou recentemente um acordo autorizando os Estados Unidos a utilizar a base de Alcântara, no Maranhão, para lançamentos de satélites.

"Cada um escolhe os parceiros por alguma razão. Eu não me importo se alguém está cooperando com os Estados Unidos. A China está aberta ao mundo, isso inclui os Estados Unidos e a Nasa”, assegurou a vice-diretora do Departamento de Cooperação Internacional da Agência Espacial Chinesa, Yu Qi.

“Temos 42 acordos de cooperações internacionais, incluindo na América Latina”, afirmou. A China tem uma estação terrestre na Patagônia, na Argentina, desde 2018.

Mourão visitou a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, em Pequim
Mourão visitou a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, em Pequim - Luiza Duarte/Folhapress

O programa espacial chinês é conduzido por militares e ganhou novo fôlego nos últimos anos. Em janeiro, o país abriu mais um capítulo na exploração lunar com o sucesso do primeiro pouso de uma sonda espacial no "lado oculto” da lua.

O Brasil assinou recentemente um acordo com americanos para lançamentos de satélites na base de Alcântara, localizada a apenas 250 quilômetros da Linha do Equador. A posição geográfica representa uma considerável economia de combustível em cada lançamento.

“O local de um lançamento é muito importante. A China tem quatro. A base no Brasil é muito boa pela distância do Equador, mas é muito longe para transferir o equipamento da China para o Brasil, por isso não é comercialmente interessante”, explica Yu.

A cooperação espacial sino-brasileira para o desenvolvimento e lançamento de satélites, CBERS (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), lançou nas últimas décadas quatro satélites bem-sucedidos, capazes de produzir imagens para diversas instituições nacionais, como Embrapa, centro de pesquisa do agronegócio, e IBGE, principal instituto de estatísticas do país.

O satélite CBERS-4A deve ser lançado em dezembro deste ano no centro de lançamento de Taiyuan, no norte da China.

Desde o final dos anos de 1980 até agora, os programas espaciais dos dois países se desenvolveram em velocidades diferentes. 

A China iniciou a construção da sua própria estação espacial, e Pequim tem planos de enviar humanos para a lua em um futuro próximo. Os chineses desenvolveram o “Beidou”, sistema de posicionamento nos mesmos moldes do americano GPS. O orçamento anual do programa espacial chinês tem mais de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões), um investimento alto, mas que ainda fica atrás do gasto americano nesse setor.

 Yu reforçou que teve uma boa conversa com o novo presidente da Agencia Espacial Brasileira na segunda-feira (20), mas comentou que chefias das instituições brasileiras estão sempre mudando, enquanto interlocutores do lado chinês são trocados com muito menos frequência.

O vice-presidente Hamilton Mourão visitou instalações e locais de testes da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) nesta terça-feira (21), em Pequim. Ele foi recebido pelo presidente e CEO da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, Zhang Hongtai, e pelo vice-presidente da Agencia Espacial Chinesa, Wu Yanhua.

Em seguida, o vice-presidente teve um encontro com um pequeno grupo de especialistas estrangeiros em China na Embaixada brasileira.

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