Descrição de chapéu Previdência

Oposição aciona PGR contra Onyx em caso de negociação de votos da Previdência

Danilo Cabral, do PSB, compara proposta ao mensalão e entra com representação contra o ministro da Casa Civil

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Brasília

O deputado Danilo Cabral (PSB-PE) ingressou com uma representação contra o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na PGR (Procuradoria-Geral da República) para que seja investigado caso de negociação de votos da reforma da Previdência

O ministro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni
Segundo deputados, governo ofereceu R$ 20 milhões por ano em recursos, além de emendas para obras em redutos eleitorais até 2020, em troca de apoio à reforma da Previdência - Folhapress

A proposta do governo de pagar R$ 20 milhões por ano em recursos além de emendas para obras em redutos eleitorais até 2020 para conseguir apoios no plenário foi revelada pela Folha nesta quarta-feira (29).

O deputado compara a proposta ao escândalo do mensalão e pede que seja apurado o crime de corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha.

"O caso aqui em evidência é ainda pior, é descarado. As emendas orçamentárias serão diretamente destinadas com uma única contrapartida, o voto pró projeto de reforma da previdência. É o uso do poder pela imposição do poder. É a negação da civilidade no trato da coisa pública", diz o documento protocolado, endereçado à procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 

Segundo membros de partidos do centrão a oferta agora é de R$ 10 milhões extras por semestre, para cada deputado fiel, totalizando um acréscimo de R$ 40 milhões até 2020 na verba que os congressistas podem manejar no Orçamento. 

Deputados e líderes ouvidos em condição de anonimato afirmaram que nesta semana Onyx iniciou uma ronda com líderes partidários para tentar selar acordo. A promessa de liberação de todo o dinheiro até 2020 visa atrair mais deputados, tendo em vista que esse é o ano das eleições municipais.

A Folha revelou em abril que Onyx havia oferecido R$ 10 milhões anuais em recursos extras, para cada parlamentar, em troca de apoio à Previdência. 

Uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro foi acabar com o chamado "toma lá, da cá", que é a prática de negociar cargos e verbas federais, entre outras benesses da máquina pública, em troca de apoio no Congresso.

Apesar de ter montado a maior parte de seu ministério sem negociação com líderes partidários, o governo tem mantido a prática de direcionamento de verbas a aliados e da nomeação de apadrinhados de congressistas em cargos de segundo escalão, em troca de apoio legislativo.

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