Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Previdência

Por corte menor, Sistema S promete a Bolsonaro apoio à reforma da Previdência

Estamos trabalhando para que ela seja aprovada, disse José Martins da Silva Junior, presidente da CNA

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Brasília

Confederações patronais que não estão alinhadas com o governo no plano de cortar recursos do Sistema S entregaram uma carta de apoio à reforma da Previdência ao presidente Jair Bolsonaro durante reunião no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (28).

No encontro, presidentes das principais entidades afirmaram ter dado apoio a Bolsonaro, comprometendo-se fortemente junto ao Congresso e à opinião pública para a aprovação da reforma.

“Nós estamos trabalhando para que ela seja aprovada”, disse José Martins da Silva Junior, presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). “Entendemos que ela é vital para a economia.”

 

Assinaram o documento, os presidentes das seguintes confederações nacionais: CNA (agricultura), CNC (comércio), CNI (indústria), CNT (transporte), CNCom (comunicação social), CNCoop (cooperativas), CNSaúde (saúde), CNseg (seguradoras), CNF (instituições financeiras).

Na saída do encontro, os dirigentes negaram ter tratado da reforma do Sistema S. No entanto, assessores do Planalto consideraram a carta uma mensagem de que, principalmente CNI (Confederação Nacional da Indústria) e CNC (Confederação Nacional do Comércio), não se movimentarão contra a reforma junto à sua base no Congresso e que estão abertos a um diálogo.

CNI e CNC são contrárias à ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de dar uma “facada” nas alíquotas das contribuições feitas pelas empresas que hoje financiam programas de treinamento e capacitação mantidos pelas entidades do Sistema S.

Guedes quer o alinhamento dessas entidades em torno do uso dos recursos para o custeio de programas do governo. Em troca, as alíquotas de contribuição teriam cortes menores (30%). Para quem não se enquadrar, a “facada” será de 50%.

Nesse processo, o ministro também contava com o afastamento do presidente da CNI, Robson Andrade, preso pela Polícia Federal que investiga irregularidades no uso dos recursos da entidade.

A "faxina" na diretoria da CNI, segundo assessores presidenciais, seria uma forma de convencer a entidade pelo alinhamento com o governo. Mas houve uma reviravolta e uma decisão judicial permitiu o retorno de Robson para a CNI.

Na CNC, a estratégia é convencer os governadores onde a entidade tem “filiais” a pressionarem a bancada contra a reforma da Previdência caso o governo leve adiante o plano da “facada”. A rede de atendimento de educação e saúde é a mais importante em alguns estados, principalmente no Norte e Nordeste.

Ambas aceitam negociar mudanças, mas não da forma como pretende Paulo Guedes. Neste momento, o secretário-adjunto da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade, Igor Calvet, tenta convencer as diversas entidades a assinarem contratos de gestão com o governo em troca de usarem os recursos das contribuições empresariais no custeio de programas selecionados. Caso aceitem, não sofrerão cortes.

Isso só ocorrerá se cumprirem as metas de eficiência de alocação dos recursos definidas no contrato. Mesmo assim, os cortes ficariam entre 10% e 25%.
 

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