Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Previdência

Reforma da Previdência deve ser aprovada entre 60 e 90 dias, diz Paulo Guedes

Para ministro, projeto deverá economizar cerca de R$ 1,1 trilhão em dez anos

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São Paulo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (23) esperar que a reforma da Previdência será aprovada entre 60 a 90 dias no Congresso e que o clima não é tão pessimista em Brasília quanto o discurso do resto do país.

Guedes enfatizou que o Senado montou uma comissão paralela para analisar a reforma, que neste momento tramita na Câmara. Segundo ele, isso permitiria “uma surpresa favorável” para as novas regras para aposentadoria.

O ministro disse ainda acreditar que a reforma aprovada terá a potência fiscal necessária, ou seja, deve economizar o cerca de R$ 1,1 trilhão em dez anos apresentados na proposta apresentada pelo governo em fevereiro.

O mercado financeiro acredita que a reforma deve ser capaz de poupar entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões.

Sem a economia com a reforma, não será possível lançar o regime de capitalização para os novos trabalhadores e sem encargos trabalhistas, afirmou.

Guedes voltou a defender o regime de capitalização chileno, que está sob revisão naquele país, mas acrescentou que é possível prever uma camada de solidariedade ao regime mais liberal.

O ministro afirmou ainda que as medidas de estímulo da economia não podem ser destravadas enquanto não houver a reforma da Previdência. 

Guedes falou a empresários em evento da Facesp (Federação das Associações Comerciais de São Paulo). Antes, havia se reunido com empresários na Fiesp (Federação das Indústrias).

O ministro comentou ainda a situação econômica do país. Afirmou que não está caindo porque “o país está deitado” e que há uma reversão de expectativas.

“Mas aprova tudo e dois, três meses para frente todas as expectativas estarão sendo revistas para cima”, disse.

Para Guedes, a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) salvou o Brasil do caminho da Venezuela, mas o país ainda não está livre de se tornar uma Argentina, que vive uma forte crise.

O agravamento do quadro do país vizinho, segundo ele, foi reflexo da timidez do governo de Mauricio Macri. ​

O ministro minimizou ainda sobre a tramitação de uma reforma tributária por iniciativa do Congresso, mesmo que distinta da desejada pelo Executivo.

“Tudo é conversado antes”, afirmou Guedes ao acrescentar que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria avisado antes de recolocar a reforma tributária para andar. 

Ele disse que os dois textos devem ser avaliados pelo Congresso e aquela que tiver maior aceitação deve ser aprovada. O projeto da Câmara unifica cinco impostos em apenas um

“A reforma tributária vai andar. A Câmara anda com a dela, vamos andar com a nossa. No final, quem tiver a maior aderência, a gente converge.”

Guedes afirmou também que uma reforma tributária nunca passou porque foram propostas tirando autonomia dos estados.

Segundo ele, a ideia é que a reforma seria federal e os estados teriam liberdade de decidir se adequar às novas regras. “Um liberal não tira de um estado o direito de tributar”, afirmou Guedes.

Sob aplausos da plateia de associados da Facesp, prometeu também que, além de simplificar, os impostos serão reduzidos.

O ministro afirmou que Bolsonaro é flexível e que “vai evoluir mais rápido que muitos economistas brasileiros” rumo ao pensamento liberal.

"O presidente está indo em uma velocidade enorme. Quando começou o governo, Correios não era para privatizar, agora disse vamos em frente”, disse.

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