Descrição de chapéu Previdência Governo Bolsonaro

Vocês precisam ter cuidado com cálculos políticos, diz Guedes a deputados

Ministro da Economia afirmou que reforma desidratada pode trazer problemas para futuros governos

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Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (8) que deputados precisam "tomar cuidado com cálculos políticos" caso decidam aprovar uma versão desidratada da reforma da Previdência

"Curiosamente, se fizer uma pequena, de pouca potência, vai ter gente no governo que vai ficar feliz. 'Opa, ajuda o meu governo, azar do que vier depois'. Vocês têm que ter cuidado com os cálculos políticos", afirmou. 

O ministro respondeu durante oito horas a questionamentos dos membros da comissão especial que analisa a reforma. 

Nas considerações finais, ele disse que governos anteriores também sabiam da necessidade de uma reforma da Previdência. "Apoiaram o teto e não fizeram as paredes, o teto caiu", disse. 

Guedes também afirmou que o governo está "recalibrando as despesas com os mais favorecidos".

"Nós não usamos a expressão ricos. Eu não usei. Rico é uma tragédia. Porque quem ganha três, quatro, cinco, seis salários mínimos não é rico. Agora, é mais favorecido do que o que ganha um, do que o que ganha dois", afirmou ele. 

Com poucos momentos de tensão, ao contrário da visita de Guedes à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) durante a primeira etapa da tramitação (que terminou antes da hora após um bate boca do ministro com deputados oposicionistas), a sessão terminou pacificamente. 

Ao final, Guedes, que é conhecido pelo temperamento explosivo, disse que se exaltou em alguns momentos pelo cansaço e pediu desculpas. "Eu estou aqui com prazer, exceto quando eu sou ofendido, eu viria aqui várias vezes", disse. 

Após o encerramento da sessão, o presidente da comissão, Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que o ministro demonstrou "profundo respeito" à Câmara ao vir à sessão. 

"Eu acho que hoje nós prestamos um relevante serviço para o Brasil, mostramos a grandeza de um Parlamento que diverge, mas de forma respeitosa", disse Ramos. 

"As divergências são naturais, é difícil você tratar de um tema tão delicado, tão sensível e num ambiente tão acirrado do ponto de vista político do lado de fora, porque o acirramento de oposição ao governo é muito grande, sem ter vez por outra um deslize. Mas nós procuramos retomar a condução dos trabalhos e fazer com que as coisas andassem." 

(Angela Boldrini, Danielle Brant e Thiago Resende)

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