Bolsa se recupera com alta do petróleo

Commodity subiu cerca de 2% nesta quarta após queda de estoques americanos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Bolsa brasileira se recuperou da forte queda da véspera nesta quarta-feira (26). O Ibovespa registrou alta de 0,6%, a 100.688 pontos, impulsionada pela Petrobras, com alta do petróleo, e por bancos. O dólar acompanhou, com queda de 0,12%, a R$ 3,848.

Operador na Bolsa de Valores de Nova York analisa gráficos
Ibovespa tem alta de 0,% nesta quarta-feira (26) - Xinhua/Wang Ying

O barril de petróleo brent teve alta de 1,9% nesta quarta, a US$ 66,28, enquanto o WTI subiu 2,4%, a US$ 59,21.

Segundo comunicado da Administração de Informação de Energia (AIE) nesta quarta, os estoques da commodity nos Estados Unidos caíram quase 13 milhões de barris na semana passada, maior recuo em cerca de três anos, com as exportações em nível recorde.

A queda foi muito maior do que a estimativa de analistas, de baixa de 2,5 milhões de barris. Foi o maior recuo desde setembro de 2016, segundo o braço de estatísticas do Departamento de Energia dos EUA.

As exportações de petróleo pelos EUA subiram para 3,8 milhões de barris por dia (bpd) na semana passada, um recorde, batendo marca anterior de 3,6 milhões de bpd em fevereiro. As importações líquidas dos EUA caíram em 1,2 milhão de bpd.

Com a valorização da commodity, as ações da BR Distribuidora subiram 2,9%, a R$ 25, segunda maior alta do Ibovespa. As ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras subiram 0,58%, a R$ 27,67. Já as ordinárias (com direito ao voto) tiveram queda de 0,48%, a R$ 30,55.

A diferença no desempenho se deve à venda das ações ordinárias da petroleira que pertencem a Caixa Econômica Federal. A Petrobras afirmou que uma oferta secundária teve um preço por ação fixado em R$ 30,25, perfazendo um montante total de R$ 7,3 bilhões. A participação da Caixa na Petrobras era de 2,3%, por meio de 241,3 milhões de ações ordinárias, equivalente a 1,85% do capital da companhia.

A liquidação da operação acontece nesta quinta (27) e deve pressionar para baixo o preço das ações ordinárias.

“Hoje a alta da Bolsa foi ajudada pelo exterior positivo. Além da queda dos estoques de petróleo, o nível de incerteza elevado no Oriente Médio ajuda a manter a valorização da commodity. Fora que, ainda há expectativa de uma aprovação da reforma da Previdência antes do recesso”, afirma Felipe Silveira, analista da Coinvalores.  

Em Nova York, as Bolsas operaram com viés positivo durante boa parte do dia. Além da alta do petróleo, investidores reagiram à entrevista do secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, à rede de televisão americana CNBC,  na qual ele disse que EUA e China estão completaram 90% do caminho até um acordo comercial.

No fechamento, no entanto, Dow Jones fechou estável, S&P 500 caiu 0,12% e Nasdaq subiu 0,32%. Na Europa, Londres se manteve estável, Paris caiu 0,25% e Frankfurt subiu 0,14%. 

Além da Petrobras, a recuperação do Ibovespa foi puxada pelos bancos. Itaú e Banco do Brasil subiram 2%. 

Nesta quarta, o Banco Central divulgou o estoque total de crédito no Brasil, que subiu 0,6% em maio sobre abril, para R$ 3,287 trilhões.

As concessões tiveram alta de 8,2%, puxadas pelos financiamentos à pessoa jurídica, com elevação de 11,8%. O crédito às pessoas físicas subiu 5,5% ante abril.

O crescimento do saldo no ano, no entanto, permanece distante da expansão estimada pelo BC para 2019, de 7,2%. O número poderá ser revisado nesta quinta (27), quando o BC divulgará o relatório trimestral de inflação.

Considerando apenas recursos livres, o saldo de crédito tem alta de 3% em 2019 até maio, com recuo de 0,5% para pessoas jurídicas e alta de 6,0% para as famílias.

Os números vieram de acordo com o esperado pelo mercado.

“As condições de crédito devem melhorar gradualmente nos próximos meses, ao passo que o risco de crédito diminui com a prevista recuperação gradual da economia e que a demanda por crédito cresça com a melhora do mercado de trabalho. Entretanto, os ricos políticos e macroeconômicos são fontes de preocupação que podem prejudicar o ciclo de recuperação do crédito”, afirma relatório do Goldman Sachs.

(Com Reuters)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.