Caixa diz que vendas de participações continuam por empresas já maduras

Declaração foi feita pelo presidente da instituição em evento na B3 para comemorar a venda dos papéis da Petrobras

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São Paulo

Após vender ações que detinha da Petrobras, a Caixa deve continuar o desinvestimento em outras empresas não financeiras seguindo por aquelas que já são listadas e geraram lucro para o banco, afirmou o presidente Pedro Guimarães.

“Tem ativos que claramente já tem mais maturidade para vender. É ação madura, sempre que for follow-on é mais claro”, afirmou.

Um follow-on ocorre quando a empresa já é listada e faz uma nova venda no mercado. A oferta foi secundária, quando o acionista quer sair do negócio. O dinheiro vai para o acionista, não para o caixa da companhia. Já ofertas primárias são para aumento de capital da companhia, para novos investimentos, por exemplo. 
 

Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães - Alan Santos-21.mai.2019/PR

Em São Paulo, a petroleira e a Caixa fizeram um evento na B3 para comemorar a venda dos papéis, em operação que movimentou R$ 7,3 bilhões

Caixa e Petrobras afirmaram que houve forte demanda de investidores pessoa física, mas esse número ainda não é público.

Guimarães afirmou ainda que a decisão de vender as ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras e não as preferenciais (sem direito a voto), está ligada ao lucro gerado pelo papel ao longo das aquisições. 

Segundo ele, se fossem vendidas as preferenciais, o banco poderia ter prejuízo com o investimento.

“A gente não colocou as ações preferenciais porque é um valor próximo do valor de mercado [da época em que os papéis entraram no banco]. A gente não poderia correr o risco de parar a oferta no meio porque o preço caiu”, afirmou.

Quando anunciou a venda da participação, os papéis ordinários da Petrobras eram cotados a R$ 29,75. No fechamento da operação, nesta terça, a ação era cotada a R$ 29,89.

Guimarães reformou que está na lista do banco a venda de participações em 15 empresas, parte delas em investimentos feitos pelo FI-FGTS, o fundo de investimentos que usa o dinheiro do trabalhador. Houve uma reunião do comitê do fundo nesta quarta, mas não foram divulgadas as decisões tomadas no encontro.

Na lista de desinvestimentos que dependem do FI-FGTS estão participações detidas do Banco do Brasil e da Alupar.

O presidente da Caixa afirmou que os desinvestimentos foram debatidos, mas foi evasivo em dizer quando serão divulgados os detalhes do encontro e o plano de desinvestimentos. 

Não confirmou que foram aprovados desinvestimentos no encontro e acrescentou que faltaram detalhes que não dependem de nova reunião, sem dizer quais.

“É isso que o comitê analisa: se já tá maduro pra vender”, disse.

Segundo ele, o comitê também trabalhará na reestruturação de ativos problemáticos, que deram prejuízo, para recuperar parte das perdas.

Ele não citou quais seriam esses ativos.

Durante o evento, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, também celebrou o que chamou de sucesso da venda de ações, que deve contribuir para elevar o número de negócios da companhia.

Ele também comentou a decisão de venda de ativos da Caixa, uma orientação do ministro Paulo Guedes (Economia).

“Caixa não é fundo de ações para investir em empresas”, afirmou Castello Branco.

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