Diminuir imposto de importação de smartphone pode prejudicar indústria, diz associação

Abinee, de eletrônicos, afirma que redução também deve acontecer na tributação dos insumos para não tirar competitividade do setor

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São Paulo

A Abinee, associação brasileira do setor de eletrônicos, criticou a medida em estudo pelo governo para reduzir o imposto de importação de produtos como smartphones e computadores.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou no último domingo (16), por sua conta no Twitter, que os impostos poderiam cair de 16% para 4%.

Humberto Barbato, presidente da associação, diz que retirar o imposto dos produtos importados, mas manter a cobrança das mesmas alíquotas praticadas hoje sobre insumos usados na indústria prejudicaria a competitividade das empresas estabelecidas no Brasil.

"É preciso rever a tarifa, mas não só de um determinado tipo de bem. É preciso rever a tarifa que incide nos produtos que fabricamos", disse em entrevista à Folha.

Barbato criticou o fato de a proposta de desoneração vir de um governo que tinha como promessa não privilegiar setores escolhidos.

"Estamos sendo de certa forma escolhidos, mas de modo inverso, algo não muito producente. Se você diz para mim que não vou ser escolhido como setor privilegiado, também não quero ser escolhido como setor preterido", disse.

Segundo ele, a discussão sobre a possível mudança torna o mercado brasileiro inseguro para a atração de investimentos de fora em um momento em que o país precisa retomar a geração de empregos.

Ele também criticou o fato de o governo discutir uma desoneração que, em sua avaliação, traria poucos ganhos para o Brasil, levnado em conta que o mercado local já é maduro (com grande quantidade de aparelhos por pessoa).

"Não sei onde o celular vai aumentar a produtividade da economia, a automação industrial."

Segundo o presidente da Abinee, o que torna celulares caros no Brasil não são os impostos de importação, mas sim custos específicos do mercado local, como a necessidade do transporte dos aparelhos em carro-forte ou com escolta.

Barbato afirma que 90% dos eletrônicos consumidos no Brasil são fabricados no próprio país.

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