Agronegócio comemora acordo UE-Mercosul, mas cana esperava mais

Para setor sucroenergético, negociações não foram ambiciosas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo | Reuters

Os setores agrícolas de sucos cítricos, proteína animal e café comemoraram o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia nesta sexta-feira (28). 

Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), as negociações não foram ambiciosas mas o acerto foi o melhor possível. 

Em comunicado, a entidade afirmou que o estabelecimento de cotas limita o atendimento da demanda do mercado europeu pelo setor sucroenergético. “Contudo, estamos confiantes de que esse é um passo sólido em direção a uma maior abertura comercial,” diz a nota. 

A competitividade do suco de laranja nacional também deve melhorar, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos. As tarifas atuais para a entrada na UE variam de 12,2% a 15%. 

“O acordo abre espaço para que as empresas adotem diferentes estratégias levando em consideração uma nova realidade tarifária”, disse Ibiapa Netto, diretor executivo da entidade em nota. 

Além disso, os benefícios na exportação de aves, suínos e ovos processados no país foram notados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).De acordo com a associação, o Brasil fazia investidas para embarcar o setor há pelo menos cinco anos. 

“O ano de 2019 marca um novo momento para o setor de proteína animal do Brasil, com a possibilidade de embarcar um fluxo maior para um dos mais relevantes mercados consumidores globais,” afirmou o presidente da ABPA, Francisco Turra. 

E a previsão é que a exportação de café solúvel para os europeus aumente 35% nos próximos cinco anos, disse o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics), Aguinaldo José de Lima. 

O acordo foi avaliado como extraordinário pelo grupo. A tarifa atual de 9% coloca o Brasil em dificuldade frente a outros produtores europeus de café solúvel, segundo o diretor. A taxa cairá 25% ao ano com o acerto e será zerada cinco anos depois da implementação do pacto.

Na avaliação de Lima, o acordo pode viabilizar investimentos que favorecem também a indústria brasileira e a exportação de café torrado e moído.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.