Indústria do petróleo paga sete vezes mais do que a média, diz IBGE

Número de vagas no setor cresceu quase cinco vezes em uma década

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Rio de Janeiro

Segmento industrial que tem os melhores salários do país, a extração de petróleo e gás pagou em 2017 sete vezes mais do que a média dos salários pagos em outras atividades industriais, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Anual, divulgada nesta quinta pelo instituto. A pesquisa mostra que, enquanto os salários médios da indústria recuaram 12,8% em uma década, o rendimento de quem trabalha com petróleo e gás subiu 76,1%.

Operário no posto de extração de petróleo da camada pre-sal, no navio plataforma p-34 FPSO Juscelino Kubistchek, próximo a Vitoria, no Espirito Santo
Operário no posto de extração de petróleo da camada pre-sal, no navio plataforma p-34 FPSO Juscelino Kubistchek, próximo a Vitoria, no Espirito Santo - Rafael Andrade/Folhapress

Em 2017, as empresas de petróleo e gás pagaram salários médios equivalentes a 21,3 salários mínimos, enquanto a indústria em geral pagava uma média de 3,2 salários mínimos. 

 

O segundo segmento com maiores salários é a atividade de apoio à extração de minerais, com a média de 9,6 salários mínimos em 2017. Em terceiro, vem a fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, com 8,8 salários mínimos.

"Analisado em conjunto, esse resultado reforça a importância da cadeia de petróleo e gás no país", diz o IBGE, no texto de divulgação da pesquisa. As vendas de óleo diesel e de petróleo bruto encabeçam a lista de produtos com maior valor de venda em 2017, quando foram responsáveis por 5,4% do faturamento da indústria brasileira.

O setor de petróleo também foi um dos únicos a apresentar crescimento do emprego. Em 2017, o número de trabalhadores nas empresas de extração de petróleo e gás era 447,1% superior ao verificado em 2008. Nesse período, o emprego na indústria do país recuou 1,9%, com a perda de 145 mil postos de trabalho.

A indústria extrativa, porém, tem peso pequeno no emprego da atividade industrial brasileira. Em 2017, tinha 192.031 trabalhadores, enquanto as indústrias de transformação empregavam 7,5 milhões de pessoas. Deste total, 41,4% trabalhavam para a extração de minerais metálicos, o maior empregador do setor.

Os setores com maior número de empregos no país são fabricação de produtos alimentícios, responsável por 23,3% dos empregos da indústria de transformação, e confecção de artigos de vestuário e calçados (8,2%).

O crescimento do emprego no setor de petróleo e gás acompanha o aumento da produção nacional, que cresceu 44% entre 2008 e 2017, passando de de 1,8 milhão de barris por dia para 2,6 milhões de barris por dia com forte impulso dos campos gigantes descobertos no pré-sal. 

Com o retorno dos leilões do pré-sal em 2017, após anos sem oferta de áreas, o mercado espera um novo ciclo de crescimento do setor, com maiores investimentos estrangeiros na busca por novas reservas na costa brasileira.

O setor tem grande relevância na atividade industrial dos estados do Rio, onde representa 35,3% da indústria, e Espírito Santo (34,2%). Com o início da produção de gás no Maranhão, já é a terceira maior indústria do estado.

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