Lucro da Caixa cresce 6% no 1º trimestre, para R$ 3,9 bilhões

Companhia registrou aumento na receita com serviços e diminuiu provisão para calotes

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Brasília

O lucro recorrente da Caixa Econômica Federal cresceu 6% no primeiro trimestre do ano, para R$ 3,87 bilhões, com aumento da receita de prestação de serviços, redução na provisão para calote e apesar de uma queda de 2% na carteira de crédito do banco.

O lucro recorrente exclui efeitos extraordinários de receita ou despesa. Já o lucro contábil cresceu 23%, para R$ 3,9 bilhões, também em comparação com o primeiro trimestre de 2018.

 

Segundo o presidente do banco,  Pedro Guimarães, a recuperação judicial da Odebrecht não impactou o resultado do trimestre. Para ele, "era óbvio que a recuperação judicial da Odebrecht era iminente" e, por isso, 95% do provisionamento para as perdas já foi feito no balanço referente a dezembro de 2018. 

"Já teve perda com a recuperação judicial, mas no balanço não haverá, ou haverá residual. Só haverá se as garantias de terrenos forem a zero."

Ele afirmou ainda estar tranquilo com o nível de provisionamento do banco para calote de empresas do tipo --de acordo com o presidente da Caixa, há pelo menos mais dez empresas perto de entrar em recuperação judicial. "Estamos muito tranquilos com relação a muitas empresas que não têm condições."

De janeiro a março, as receitas com prestação de serviços aumentaram 2,3%, para R$ 6,5 bilhões –nos 12 meses até março, a inflação acumulada medida pelo IPCA (índice oficial de preços) foi de 4,58%. A elevação ocorreu pela alta de 19,8% na receita de serviços com fundos de investimento, com a migração de clientes que antes aplicavam em títulos de renda fixa, e pelo aumento de 8,5% nas receitas de convênios e cobrança bancária.

A inadimplência no primeiro trimestre recuou para 2,47% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A melhora do calote ajudou o banco a reduzir em 24,4% a provisão para devedores duvidosos, que caiu para R$ 2,8 bilhões.  Na comparação trimestral, no entanto, houve alta: no quarto trimestre de 2018, o índice estava em 2,18%. ​

Segundo a Caixa, a queda reflete a diminuição de R$ 14,4 bilhões na carteira de crédito e a mudança na composição dessa carteira, agora concentrada em empréstimos de risco baixo.

A carteira de crédito do banco recuou 2% em um ano, para R$ 685,8 bilhões, impactado pela queda de 18% nos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. Em relação ao quarto trimestre, a queda foi de 1,3%.

O lucro do banco também foi influenciado pela redução das despesas administrativas na comparação com o quarto trimestre, com um programa de demissão voluntária e devolução de prédios comerciais no país. A Caixa estima que o PDV deve gerar uma economia anual de R$ 716,1 milhões. Na base anual, entretanto, as despesas com pessoal subiram 10,6%, para R$ 5,7 bilhões.

Em junho, a Caixa lançou programa de renegociação de dívidas imobiliárias em atraso e cortou juros no financiamento habitacional.

O banco quer recuperar R$ 1 bilhão com a regularização, de um universo de R$ 10,1 bilhões de dívidas em atraso de 5,2 milhões de contratos ativos --entre eles, do programa Minha Casa, Minha Vida, embora o banco não detalhe o número total desses imóveis na renegociação.

Em maio, a Caixa anunciou um programa de renegociação que deixava de fora débitos com garantia, como crédito habitacional. O banco também exige que o cliente tenha em mãos o dinheiro para pagar o valor acertado com o banco. A ideia é recuperar R$ 1 bilhão.

Até agora, segundo o presidente, foram recuperados R$ 200 milhões, que serão contabilizados no resultado do banco no segundo trimestre. “Todas as dívidas valiam zero no balanço, então qualquer entrada é 100% resultado, receita.”

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