O atraso na apresentação do relatório final da reforma da Previdência e a indecisão sobre a inclusão de estados e municípios deixou investidores cautelosos nesta quinta-feira (27). A Bolsa brasileira chegou a recuar 1,26%, perdendo os 100 mil pontos.
O mercado, no entanto, depositou confiança no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ-DEM), que diz ser possível votar o projeto antes do recesso parlamentar, ou seja, até 17 de julho. Com as falas do parlamentar garantindo o andamento da reforma ao longo do dia, o Ibovespa reduziu perdas e fechou estável, a 100.604 pontos.
Por pressão do centrão, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da reforma, atrasou para terça (2) a apresentação de seu relatório final sobre o projeto. Deputados do centrão querem que o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, desista de regras que podem desidratar a reforma da Previdência num momento em que parlamentarem têm desgaste político em votar uma medida impopular.
Além disso, Maia ainda trabalha pela inclusão de estados na reforma da Previdência.
"Vale a pena esperar", disse Moreira.
A apresentação do relatório de moreira estava prevista para esta quinta (27).
Com a notícia, o Ibovespa, maior índice acionário do país, operou em queda durante a maior parte do pregão até às 15h, com notícia Bloomberg de que Maia assegura uma votação antes do recesso. Segundo o deputado, há uma proposta de que os partidos que apoiem o governo não apresentem destaques, o que poderia atrasar o processo.
Além disso, o presidente da Câmara afirmou que a economia esperada não será reduzida. No momento, o total da reforma salvará R$ 1,13 trilhão em dez anos.
As afirmações levaram o Ibovespa a inverter o sinal e subir 0,33%. Ao fim do pregão, o índice perdeu força e fechou praticamente estável, com leve alta de 0,03%, a 100.723 pontos. O giro financeiro foi de R$ 14,5 bilhões, abaixo da média diária para o ano.
O destaque desta quinta foi o Grupo Pão de Açúcar (GPA), cujas ações subiram 11,26%, a R$ 94,14. Na véspera, o Casino, seu controlador, anunciou uma reorganização do grupo, com a migração da empresa para o segmento Novo Mercado da B3, nível mais alto de governança das empresas listadas.
O dólar também acompanhou o movimento do mercado. Pela manhã, a moeda chegou a R$ 3,874. À tarde, a divisa perdeu força e terminou cotada a R$ 3,834, queda de 0,36% em relação à véspera.
No exterior o viés foi misto, à espera do encontro entre os presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jingping, marcado para este sábado (29) para discutir um possível acordo comercial.
Londres recuou 0,2% e Paris, 0,13%. Frankfurt subiiu 0,21%. Em Nova York, Dow Jones se manteve estável, e S&P 500 e Nasdaq subiram 0,38% e 0,73%.
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