Dia de manifestações na Grande SP afeta transporte, bancos e escolas

Duas pessoas ficaram feridas em protesto na USP; dez foram detidas

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São Paulo

Houve manifestações contra a reforma da Previdência em alguns pontos da capital paulista e em cidades da Grande São Paulo, como Osasco, Mogi das Cruzes e Suzano, ao longo desta sexta-feira (14); no final da tarde, manifestantes se concentraram em ato na avenida Paulista, que ocupou cerca de dois quarteirões.

Líderes de partidos de esquerda discursaram contra a reforma e pediram a renúncia do ministro da Justiça, Sergio Moro. “Qual é a moral de um presidente que se aposentou aos 33 anos tem para impor goela abaixo uma reforma da Previdência como essa?”, questionou Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à Presidência pelo PT. 

Para o estudante Henrique Nunes, 19, o aumento do tempo de contribuição previsto na reforma é abusivo.
O contingenciamento de verbas destinadas à educação superior motivou a Luanda Vilella, 19, estudante de Canto, a vir ao protesto. Ela carregava cartaz com a palavra “desmoronando”, em alusão a Moro.
Nesta sexta, linhas de Metrô pararam parcialmente e o trânsito ficou acima da média pela manhã. Foram afetadas as linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha.

O secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, disse que 84% dos usuários não conseguiram pegar Metrô; o governador João Doria disse que houve desrespeito à decisão judicial que garantia 80% do serviço no horário de pico.

Trens e ônibus funcionaram normalmente, mas muitos veículos ficaram lotados devido à paralisação no Metrô. No terminal Santana, na zona norte, pela manhã, usuários esperaram mais de uma hora na fila.
Houve pico de trânsito às 9h30, quando a cidade registrou 115 km de vias congestionadas, o equivalente a 13,2% do total. A média superior para o horário é de 12,6%.

Em Guarulhos, ônibus intermunicipais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) não funcionaram e linhas municipais tiveram funcionamento parcial.

Os aeroportos de Congonhas e de Cumbica funcionaram normalmente, mas pela manhã passageiros foram prejudicados pelo trânsito.

Uma manifestação travou a rodovia Hélio Smidt, importante acesso a Cumbica, e passageiros com voos marcados decidiram caminhar pela estrada até o maior terminal aeroportuário do país.

Bancos e escolas públicas aderiram parcialmente à greve na Grande São Paulo. “Apenas 74 escolas tiveram paralisação, 3.172 professores ausentes, muitos não por conta da paralisação. As escolas parcialmente atingidas foram 101”, disse o secretário da Educação Rossieli Soares.

Dez manifestantes que protestavam no entorno da Universidade de São Paulo, no Butantã, foram detidos e encaminhados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Policiais dizem que manifestantes queimaram um carro que furou bloqueio. Os detidos negam.

Ao menos duas pessoas foram encaminhadas ao Hospital Universitário por terem sido atingidas por estilhaços de bomba de efeito moral.

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