Nova fábrica da CSN vai abastecer indústria automotiva e linha branca

Companhia vai investir R$ 1,5 bilhão para produzir aço em polo econômico de SP

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São Paulo

A CSN anunciou nesta quinta-feira (6) que fará um investimento de R$ 1,5 bilhão para a construção de uma unidade de produção de aço galvanizado no estado de São Paulo.

A fábrica deverá abastecer a indústria automotiva e o setor de produção de eletrodomésticos da linha branca.

A cidade em que a fábrica será instalada não foi definida, mas a companhia estuda sua implantação no Vale do Paraíba.

Aciaria da CSN, onde é feita a transformação de ferro líquido em aço líquido
Aciaria da CSN, onde é feita a transformação de ferro líquido em aço líquido - Antônio Gaudério/Folhapress

É o primeiro anúncio de investimento no estado de São Paulo desde que o governo anunciou, em maio, a criação de um programa para o desenvolvimento de 11 polos econômicos, incluindo iniciativas na área tributária, capacitação de mão de obra e facilitação do licenciamento.

A unidade da CSN ficará no polo metal-mecânico, que também inclui cidades como Sorocaba, Campinas e as do ABC Paulista.

Segundo Patrícia Ellen, secretária de desenvolvimento econômico do estado, o apoio que será dado pelo governo para a realização do investimento da CSN ainda estão em discussão.

Durante anúncio do investimento para a imprensa, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) negou que a decisão da empresa seja resultado de algum tipo de guerra fiscal, como consequência de uma redução e imposto para trazer para o estado companhias instaladas em outras regiões. Segundo ele, esse não é o interesse do governo.

“Estamos fazendo nosso papel, de investir no desenvolvimento do estado, de gerar empregos. Isso é obrigação de um governo que prometeu gerar renda e desenvolvimento para realizar uma política social vitalizada”, disse Doria.

A fábrica deve gerar 400 empregos diretos. O investimento deve ser completo em três anos.

Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, explicou que o investimento faz parte de plano da companhia de aplicar R$ 10 bilhões em quatro anos.

Doria afirmou que notícias recentes, como a decisão da GM de manter suas fábricas em São Paulo (tendo como contrapartida incentivo fiscal para montadoras), aportes de recursos da Scania e a perspectiva de manutenção da fábrica da linha de montagem da Ford no estado, após uma provável aquisição, permitem o fortalecimento da indústria no estado e o adensamento da cadeia produtiva.

Segundo Steinbruch, a escolha por São Paulo levou em conta a concentração de fábricas do setor automotivo e da linha branca presentes no estado, o que gera ganhos de custos para a empresa.

“Na medida em que temos os polos e proximidade de grandes e pequenos clientes da cadeia de autopeças e montagem de geladeira, fogão, melhor para nossa competitividade. Esses polos devem fortalecer essas cadeias e trazer investimentos.”

Segundo ele, a indústria automotiva sofreu impacto com a crise argentina, mas já conseguiu direcionar sua oferta para outros mercados.

Em sua avaliação, o crescimento brasileiro está mais lento que o esperado, mas deve acelerar após a aprovação da reforma da Previdência, o que traria resultados melhores já no segundo semestre e justificaria os investimentos.

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