Descrição de chapéu Financial Times

Petróleo cai para a menor cotação desde janeiro

Preço foi pressionado pela alta do estoque de petróleo cru dos EUA

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Mamta Badkar Anjli Raval
Nova York e Londres | Financial Times

O petróleo caiu à sua cotação mais baixa em seis meses, na quarta-feira, depois que os estoques de petróleo cru dos Estados Unidos registraram seu maior salto em cinco semanas, para a  marca mais alta em 22 meses, o que reforçou a pressão sobre os preços.

O petróleo West Texas Intermediate, que serve como padrão de petróleo cru no mercado dos Estados Unidos, caiu em US$ 2,51, para US$ 51,01 por barril - sua cotação mais baixa desde janeiro, de acordo com dados da Refinity. O petróleo cru padrão Brent, que serve de referência no mercado internacional, caiu em US$ 2,20, para US$ 59.79 por barril, também a marca mais baixa desde janeiro.

Plataformas de petróleo na baía da Guanabara - Ricardo Borges - 9.set.18/Folhapress

Os preços do petróleo cru despencaram no mês passado devido a preocupações de que a escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tenha efeitos colaterais sobre a economia mundial e pese sobre a demanda por petróleo.

A movimentação da quarta-feira surgiu depois que dados apontaram para uma alta de 6,8 milhões de barris nos estoques de petróleo cru dos Estados Unidos, na semana passada, levando-os a 483,3 milhões de barris - a maior marca desde junho de 2017, anunciou a Administração de Informações de Energia em Washington.

Foi a maior alta no estoque em cinco semanas. Os analistas antecipavam uma queda de 849 mil barris, de acordo com uma pesquisa da Refinity. Enquanto isso, o estoque de gasolina, um derivado do petróleo, subiu em 3,2 milhões de barris, ante expectativas de uma alta menor, de 630 mil barris.

Preços mais baixos para o petróleo podem solapar os esforços dos produtores mundiais da matéria-prima, liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e por seus aliados, de criar um mercado mais apertado por meio de restrições na oferta. Os ministros de petróleo dos países produtores devem se reunir nas próximas semanas para decidir se manterão a política de corte de produção.

Igor Sechin, presidente-executivo da Rosneft, uma companhia petroleira russa, questionou esta semana a lógica de a Rússia restringir ainda mais a sua produção, alertando que produtores americanos de petróleo elevariam a sua produção e roubariam mercado aos rivais russos.

"Faz sentido [para a Rússia] reduzir [a produção de petróleo] se os Estados Unidos imediatamente [nos] roubarem mercado?", disse Sechin, de acordo com a agência de notícias russa Interfax. "Temos de defender nossa fatia de mercado", ele afirmou.

Os preços do petróleo caíram a despeito de fatores geopolíticos que variam de sanções mais severas dos Estados Unidos ao Irã a uma escalada das tensões no Oriente Médio. 

Tradução de Paulo Migliacci

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