Prévia indica que inflação volta a ficar abaixo de 4%

Preços apresentaram avanço de 0,06% em junho; em 12 meses, alta é de 3,84%

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Pelo segundo mês consecutivo, o preço dos alimentos deu espaço para a desaceleração da inflação, indicou o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (25).

O indicador teve alta de 0,06% em junho, frente a maio, enquanto no acumulado de 12 meses, a inflação fechou em 3,84%. Os números estavam praticamente alinhados com o projetado por economistas ouvidos pela agência Bloomberg, que previam alta de 0,07% e 3,85%, respectivamente.​

O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Além da deflação dos alimentos (-0,64%) ajudar a desacelerar o índice, a paralisação dos caminhoneiros começa a deixar de exercer influência no cálculo em 12 meses. Isso porque os efeitos do movimento nos preços ocorreram nos meses seguintes à parada e, na formação atual do indicador acumulado, o mês junho de 2018 não é mais contabilizado.

Em relação à deflação dos alimentos, a alta do preço do feijão-carioca (percebida no começo do ano) vem se diluindo. A queda do produto neste mês chegou a 14,99% e foi seguida pela do tomate, de 13,43%. Leite longa vida e carnes tiveram crescimento de 2,80% e 0,64%, respectivamente.

Embora o avanço dos preços tenha sido tímido na prévia de junho, quase beirando a estabilidade, só o segmento dos alimentos puxou o índice para baixo. As maiores altas ficaram com saúde e cuidados especiais (0,58%) e habitação (0,52%). 

No caso da habitação, o maior impacto veio da energia elétrica, que subiu 0,64% neste mês, e já havia apresentado alta de 0,72% em maio. 

No grupo dos transportes, a prévia dos preços desacelerou. O motivo disso foi a queda de 0,67% dos combustíveis, que no mês passado avançaram 3,30%. As passagens aéreas, porém, apresentaram alta de 18,98% no período analisado.

Na semana passada, o Banco Central manteve a taxa básica de juros Selic em 6,5%, destacando que o risco relacionado à agenda de reformas é preponderante.

Nesta terça-feira (25), o BC afirmou em ata que houve melhora do balanço de riscos para a inflação entre o começo de maio e meados de junho, mas ainda apontou riscos do lado da agenda de reformas, vendo que a economia deve ficar perto da estabilidade no segundo trimestre.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC junto a uma centena de economistas aponta que a expectativa para a inflação neste ano é de 3,82%, com 3,95% em 2020.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.