Responsável pela apuração interna de denúncias, o diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Rafael Mendes, renunciou ao cargo nesta sexta (5). Em nota, a estatal disse que o executivo pediu para sair por razões pessoais.
Mendes foi eleito para o cargo no fim de abril de 2018, na gestão Pedro Parente. Seu nome foi escolhido a partir de lista tríplice apresentada por consultoria especializada. Antes da estatal, ele havia passado pelo escritório Chediak Advogados e pelo Walmart.
A Folha apurou que Mendes vinha se desentendendo com a gestão da companhia e que sua situação piorou após acordo entre o Walmart e o governo dos Estados Unidos para encerrar investigação sobre pagamento de propinas no Brasil, na Índia, na China e no México.
No Brasil, a suspeita era de que o Walmart havia pago US$ 500 mil a uma pessoa supostamente contratada para servir de intermediária junto ao governo brasileiro, ajudando a obter licenças para construir lojas entre 2009 e 2012 - quando Mendes era diretor da área que cuidava da governança da empresa no país.
Para as autoridades americanas, ficou claro que a companhia não conseguiu levar adiante investigações ou um programa de controle que impedisse a prática de corrupção. Quando o acordo foi assinado, a Walmart brasileira disse que o acordo não se referia a atos praticados pela gestão atual da empresa.
A Petrobras disse que o diretor de Assuntos Corporativos, Eberaldo de Almeida Neto, assumirá interinamente o cargo. Um novo nome para a diretoria de Governança será escolhido também com base em uma lista tríplice.
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