Após crescimento em abril, indústria cai 0,2% em maio

No quinto mês do ano, 18 dos 26 ramos de pesquisa tiveram queda, informou IBGE

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Rio de Janeiro

Após registrar crescimento em abril, a produção industrial brasileira fechou o mês de maio com queda de 0,2%, disse o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (2).

Nos cinco primeiros meses deste ano, o setor acumula perda de 0,7%. Em comparação a maio do ano passado, a indústria cresceu 7,1%. Porém, maio de 2018 foi o mês que ocorreu a paralisação dos caminhoneiros, quando o setor industrial praticamente paralisou.

A projeção feita por economistas ouvidos pela agência Bloomberg era de recuo de 0,3% na relação mês a mês e de alta de 6,9% na comparação com maio de 2018.

"Maio de 2018 foi afetado pela paralisação dos caminhoneiros, que afetou todo o processo de produção, tivemos quedas importantes naquele mês", explicou André Macedo, gerente da pesquisa.

Na ocasião, o volume do setor caiu 3,8% em maio ante abril. Foi o resultado negativo mais intenso da série histórica iniciada em janeiro de 2011. 

O movimento dos caminhoneiros começou em 21 de maio de 2018 e durou 11 dias, quando bloqueios em estradas do país levaram ao desabastecimento de alimentos e combustíveis, o que pressionou os preços no período. 

"Já em maio de 2019, tivemos um dia útil a mais do que o mesmo período do ano passado, o que traz reflexos positivos ao resultado", acrescentou Macedo.

Em maio de 2019, o IBGE informou que 18 dos 26 ramos pesquisados apresentaram queda. 

Contribuições negativas vieram com veículos automotores (2,4%), bebidas (3,5%), couro, artigos para viagem e calçados (7,1%), produtos químicos (2%), produtos de metal (2,3%), produtos de minerais não-metálicos (2,1%) e diversos (5,8%). Todos eles vinham de avaliações positivas em abril.

Bens de consumo semi e não-duráveis (1,6%), bens de consumo duráveis (1,4%) seguiram pelo mesmo caminho, com taxas negativas depois de avanço no mês anterior.

Com resultados positivos, por outro lado, setores de bens de capital (0,5%) e bens intermediários (1,3%), além de indústrias extrativas (9,2%) e produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%).

Até o momento, no período correspondente a janeiro e maio de 2019, o setor industrial teve uma queda de 0,7% em comparação à mesma época do ano passado. As taxas negativas atingem quatro das grandes categorias econômicas, 10 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 48,6% dos 805 produtos pesquisados, informou o IBGE.

O pior resultado foi o de indústrias extrativas, com queda de 13,2%. Equipamentos de impressão e reprodução de gravações, com menos 12,4%, e equipamentos de transporte, com 11,2% negativos, são outros produtos com diminuição significativa no setor industrial.

Já entre as grandes categorias econômicas, os bens intermediários tiveram queda de 2%, motivados pela redução nas indústrias extrativas. Segundo o IBGE, o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração em Brumadinho foi crucial para os resultados negativos.

"O crescimento do setor extrativo [em maio de 2019] não quer dizer que os efeitos de Brumadinho tenham cessado", disse André Macedo.

"Os efeitos ficam mais visíveis quando observamos as interações anuais. Em termos de impacto entre maio de 2019 e maio de 2018, o setor extrativo permanece com impacto negativo mais importante", continuou. No período mencionado por Macedo, a queda no setor extrativo foi de 18,2%.

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