Itaú Unibanco tem lucro de R$ 7 bi no segundo trimestre

Crescimento foi de 10%, num ritmo muito inferior a seus maiores concorrentes, que cresceram acima de 20%

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São Paulo

O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira (29) um lucro de R$ 7 bilhões no segundo trimestre do ano. Trata-se de um crescimento de 10% em relação a igual período do ano anterior e a maior cifra entre os bancos brasileiros.
 
No entanto, o ritmo de crescimento do lucro no Itaú foi inferior ao de seus principais concorrentes privados. Os bancos Bradesco e Santander anunciaram crescimento acima de 20%.

Agência do Itaú no Rio de Janeiro - Pilar Olivares/Reuters

O que os números também mostram É que o custo do crédito no Itaú cresceu 12%, puxado por uma despesa maior com provisões para devedores duvidosos.
 
A receita com a operação de seguros e previdência caiu e houve aumento das despesas com pessoal, por conta de dissídio coletivo e aumento com desligamentos e processos trabalhistas.
 
O banco informou que parte desta despesa cresce sazonalmente, mas não deu maiores detalhes sobre crescimento no volume de desligamentos. 
 
As despesas para devedores duvidosos cresceram, segundo banco, por conta da sua maior exposição a clientes pessoas físicas. A carteira de crédito neste segmento cresceu 14%, chegando a R$ 221,5 bilhões, puxado pelo cartão de crédito, crédito pessoal e veículos. 
 
Já a carteira de crédito do segmento de pessoas jurídicas registrou expansão de apenas 4,3%. Houve uma redução do crédito a grandes empresas. O que mais chama a atenção é a queda de quase 30% nos repasses de empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
 
Os índices de inadimplência para atrasos acima de 90 dias ficaram estáveis, em 3,5% nos empréstimos no Brasil.

 Porém, no segmento de grandes empresas a queda no índice de inadimplência foi expressiva entre o primeiro e segundo trimestre: 2,6% para 1,8%. O banco explicou que essa retração ocorreu porque foi preciso dar baixa (registrar) A prejuízo com clientes específicos. Esse prejuízo já estava provisionado e por isso não afetou o lucro da instituição.
 
Normalmente, o banco reconhece esse tipo de prejuízo no balanço quando identifica que já não é possível recuperar os recursos.
 
Não é possível identificar quais clientes estão nessa lista. Segundo analistas, podem ter sido empresas em recuperação judicial ou até mesmo que tenham decretado falência por já estarem em dificuldades há mais tempo.
 
Entre os analistas, é grande a expectativa em relação ao efeito da RJ (recuperação judicial) da Odebrecht sobre o resultado dos bancos. Trata-se da maior RJ da história do Brasil, com dívidas que chegam a R$ 100 bilhões. No entanto, o mercado acredita que as instituições vão esperar para dar baixa em eventuais prejuízos, em especial porque ainda avaliam a possibilidade de receber ao menos parte do pagamento devido.
 
A meta de crescimento no crédito do Itaú, prevista para ficar entre 8% e 11% no ano foi mantida e, na apresentação dos resultados, o banco não fez comentários sobre o desempenho da economia.

 
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