Ministro argentino defende moeda única no Mercosul

Declaração foi dada menos de 24 horas após Guedes afirmar que é plano distante

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Santa Fé (Argentina)

O ministro da Economia da Argentina, Nicolás Dujovne, reacendeu as conversas sobre a criação de uma moeda única no Mercosul, a exemplo do que ocorre na Zona do Euro.

Dujovne afirmou que o tema foi discutido em reunião com seus pares do Mercosul nesta quarta-feira (17) e que houve avanços. A declaração foi dada menos de 24 horas depois de Paulo Guedes, o ministro brasileiro da economia, afirmar que essa conversa havia ficado para um horizonte distante.

Ministros estão reunidos em Santa Fé, na Argentina, para encontro de líderes do Mercosul.

Ministro da Economia da Argentina, Nicolar Dujovne, em Buenos Aires
Ministro da Economia da Argentina, Nicolar Dujovne, em Buenos Aires - Juan Vargas/AFP

O ministro argentino disse que os avanços nos debates ocorreram inclusive para a inclusão de Paraguai e Uruguai na moeda única. 

"Vamos fazer um estudo profundo de que mudanças deveríamos fazer antes para seguir ne

Esse processo que nos parece muito interessante", disse Dujovne.

Na noite anterior, o ministro brasileiro, Paulo Guedes, disse a jornalistas brasileiros que esse tema era algo "num horizonte mais distante, depois de atingir a integração econômica".

O anúncio da possível criação do “peso-real” foi feito no começo de junho, durante uma viagem do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe econômica à Argentina. 

Ainda que fosse uma ideia de Guedes há anos, a divulgação do plano contrastou com as críticas que o ministro fez ao bloco econômico logo após a eleição de Bolsonaro.

Entre os economistas, a ideia foi mal recebida. O motivo seria a necessidade de reformas que antecedessem uma integração monetária, como harmonização de políticas fiscal e cambial entre países. 

Os vizinhos argentinos passam por uma crise severa, com inflação acima de 40% e com dólar cotado ao redor de 40 pesos.

Indagado sobre as reformas trabalhista e uma nova reforma da previdência na Argentina, Dujovne disse que "não estava na agenda por ora", algo que é considerado necessário por analistas para que o país possa ser competitivo quando o acordo com a União Europeia for implementado. 

Além disso, o país está em período pré-eleitoral, o que dificulta o debate de temas sensíveis, como realização de reforma --em três semanas ocorrem as primárias, e em outubro a eleição, para a qual o presidente argentino, Mauricio Macri, é candidato a reeleição.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.