Neoenergia sobe mais de 5% em primeiro pregão após IPO

Abertura de capital da companhia movimentou R$ 3,2 bilhões

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São Paulo

A abertura de capital da Neoenergia, que marca a saída do Banco do Brasil do negócio após 22 anos, movimentou R$ 3,2 bilhões na Bolsa brasileira. Os papéis começaram a ser negociados nesta segunda na B3 com alta expressiva, acima de 5% no final da manhã.

No fechamento da oferta, na sexta-feira (28), cada ação da companhia foi fixada em R$ 15,65. Isso significa que o Banco do Brasil embolsou R$ 1,8 bilhão do total arrecadado.

O presidente da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle, afirmou que a saída do Banco do Brasil é um passo natural. Segundo ele, como fundo de investimento, não faria sentido continuar por 22 anos como investidor em um negócio.

Em evento na B3, o executivo acrescentou ainda que a saída do BB não muda os planos de longo prazo da companhia, que atua em 18 estados em geração, transmissão e distribuição de energia. A empresa tem cerca de 14 milhões de clientes e afirma cobrir uma população de 34 milhões de pessoas.

Parque de energia eólica no Nordeste
Parque de energia eólica no Nordeste - Zanone Fraissat/Folhapress

Desde a posse da equipe econômica de Jair Bolsonaro (PSL), estatais têm anunciado planos de redução de participação em empresas que não estão ligadas ao seu negócio principal. É o caso da Neonergia para o Banco do Brasil. 

Na semana passada, a Caixa concluiu a venda de ações que detinha na Petrobras e arrecadou cerca de R$ 7 bilhões, que devem ser devolvidos ao Tesouro Nacional.

Além da venda dos papéis detidos pelo Banco do Brasil, o IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) também permitiu a redução de participação da Previ na companhia de energia espanhola, que ficou com aproximadamente R$ 1 bilhão.

O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil terá agora 39,2% da companhia, ante dos 32,8% de antes do IPO.

José Mauricio Coelho, presidente da Previ, afirma que o fundo continuará seu plano de desinvestimentos por meio da venda de participações em mercado. A tendência, no entanto, é que isso ocorra com a venda de ações já negociadas em Bolsa, sem a necessidade de uma oferta pública.

Coelho afirmou ainda que a Previ deve participar de futuros IPOs previstos para esse ano, mas que em nenhuma operação pretende ter mais de 10% da companhia, em uma linha diferente da adotada no passado.

Havia forte expectativa de um grande volume de aberturas de capital na Bolsa brasileira neste ano, na esteira da euforia da alta do Ibovespa, que é negociado acima da marca histórica de 100 mil pontos.

No entanto, o IPO da Neoenergia é apenas o segundo deste ano --antes a Centauro, varejo online de artigos esportivos, passou a ser listada, arrecadando R$ 705 milhões.

A operação da Neoenergia, no atual patamar, é menor que os R$ 3,4 bilhões arrecadados pelo grupo Hapvida (de planos de saúde e administração hospitalar) em abril do ano passado.

Neste ano, foram registradas seis operações de follow-on, que são vendas de participações de empresas já listadas, seja para aumento de capital ou para a saída de investidores. Ano passado, foram apenas duas.

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