Descrição de chapéu Previdência Governo Bolsonaro

Para Bolsonaro, trecho da reforma da Previdência sobre policiais tem equívocos

Presidente afirmou que texto tem mal-entendidos e será corrigido no Parlamento

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Brasília

Um dia após a comissão especial da Câmara aprovar texto da reforma da Previdência sem alteração para policiais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que existem “equívocos e mal-entendidos” e que acredita que o plenário vai fazer alterações no texto.

“Olha… tem equívoco, tem mal-entendido, às vezes exageram com uma coisa ou outra e com a sensibilidade que existe no Parlamento isso será corrigido. Não acabou a reforma da Previdência. Mais que isso, depois da Câmara terá o Senado”, disse.

Após mais de 16 horas, a comissão especial concluiu na madrugada desta sexta-feira (5) a votação do relatório da reforma. A proposta agora segue para análise no plenário da Câmara.

Além do texto-base, aprovado na tarde de quinta, os deputados votaram também destaques feitos à proposta. O mais polêmico deles afrouxava as regras de aposentadoria para carreiras da segurança pública. 

Embora Bolsonaro tenha atuado em defesa dos policiais e pressionado deputados até horas antes da votação na comissão, a articulação fracassou e, com ajuda do PSL, partido do presidente, os deputados rejeitaram esse trecho.

Bolsonaro falou por 20 minutos nesta sexta com jornalistas após participar de evento de aniversário do Batalhão de Guarda Presidencial, em Brasília. 

Questionado sobre a aprovação da reforma, o presidente inicialmente passou a palavra ao líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Ele só entrou no assunto após insistência dos repórteres. 

De forma genérica, disse que o avanço do projeto "foi muito bom" e acha que "pouca coisa tem que ser mexida".

"Fizemos a nossa parte, entramos com o projeto, agora o governo não é absoluto, não é infalível, algumas questões serão corrigidas com toda a certeza junto ao plenário. O comando agora está com o nosso presidente [da Câmara] Rodrigo Maia, tenho certeza que ele vai, nós vamos conversar, nós vamos trazer o Paulo Guedes para conversar também", disse.

Bolsonaro afirmou estar disposto a ter diálogo com quem quiser "conversar de forma civilizada".

Ele voltou a afirmar que, se a reforma não for aprovada, a economia “vai ter sérios problemas”.

Sem dar detalhes, Bolsonaro disse que podem ser alterados “possíveis equívocos”.

“Nós podemos corrigir ainda possíveis, não digo injustiças, mas possíveis equívocos que ocorreram por ventura também”, afirmou.

Depois de dizer que o comando está com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro fez um gesto ao deputado ao afirmar que ele está empenhado na aprovação da reforma. 

"Ele sabe que essa reforma é necessária, ele sabe que todo mundo vai ter que pagar um pouquinho pra tirar o Brasil dessa situação em que se encontra."

Questionado sobre ter sido chamado de "traidor" por policiais, que acusam o presidente de não ter cumprido acordo com a categoria, ele minimizou a crítica.  "Vejo com normalidade. O Parlamento é a Casa onde todo mundo fala e tem que continuar assim", afirmou.

Bolsonaro não quis falar sobre um prazo para votação do projeto pelo Congresso, mas disse apenas que "parto bom é o de 9 meses".

"Quando é de sete tem problema, quando é de dez nasce meu irmão Helio Negão [em referência ao deputado Hélio Lopes (PSL-RJ)]. Não é racismo que ele autorizou e tantas vezes ele fala isso aí. Então tem que ser de nove meses o parto ai e acho que vai ser normal, não vai ser cesariana não."

Chamado de "ingênuo" pelo ministro Paulo Guedes (Economia) na quinta-feira (4), Bolsonaro concordou.

"Quando se fala em economia eu sou ingênuo mesmo. Eu tenho humildade para reconhecer. Os economistas do passado quebraram o Brasil. Quando eu falei que não nasci presidente eu levei crítica. Os outros que nasceram para ser presidente estão presos, respondendo processo e estocando vento. Humildade acima de tudo", afirmou.

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