O Brasil exportou 263 mil toneladas de carne de frango para a União Europeia em 2018. Desse volume, em 1.525 toneladas (0,58%) foi encontrada alguma inconformidade, principalmente a ocorrência de salmonela.
Na quarta-feira (3), a ministra Tereza Cristina (Agricultura) confirmou informação publicada pelo jornal The Guardian de que carne com salmonela devolvida pelo Reino Unido foi parar nas prateleiras dos mercados e açougues brasileiros.
Os exportadores brasileiros, porém, questionam os verdadeiros motivos de a proteína ser rechaçada pelos europeus e devolvida ao país.
Segundo Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), os europeus também convivem com a ocorrência de salmonela na produção de carne de frango nos países do bloco, mas agem de forma diferente com o produto brasileiro.
Por isso, o Brasil deverá entrar na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra os europeus.
“O painel está pronto e sendo avaliado pelo Itamaraty”, diz Francisco Turra, presidente da ABPA.
Na avaliação dos representantes dos produtores e exportadores brasileiros, o mesmo tratamento que a UE dá para a sua carne, quando ocorre a salmonela, deveria ser conferido também à brasileira: promover o termoprocessamento. A exposição da carne a uma temperatura de 70ºC por 15 segundos elimina a bactéria, diz Santin.
O Brasil tem evoluído muito nessa questão, mas a incidência da bactéria na carne de frango ainda é de 18%, uma taxa superior à UE, que fica entre 3% e 4%.
Para evitar a contaminação pela bactéria, que pode provocar diarreias e infecções intestinais, recomenda-se que sejam usadas facas e tábuas diferentes para carnes e demais alimentos, como saladas e vegetais.
A infectologista Rosana Richtmann, do Emílio Ribas, afirma que cozinhar bem os alimentos é o principal meio para evitar uma infecção por salmonela.
Ela recomenda fritar os ovos pelo menos por dois minutos e meio, ferver ovos por pelo menos três minutos e leite por no mínimo cinco minutos. O cozimento de frango requer ao menos 45 minutos, e a temperatura que garante a morte da bactéria em todos os casos é de 80ºC.
Colaboraram Matheus Moreira e Nathália Khaled
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