O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em sua primeira participação em uma Cúpula do Mercosul, ao receber a presidência pro-tempore do bloco, fez menção à reforma da Previdência no Brasil.
Disse que as mudanças nas regras de pensões e aposentadorias são "como uma quimioterapia, mas necessária para que o corpo possa sobreviver".
O tema é sensível para outros integrantes do Mercosul. A reforma no Chile hoje enfrenta críticas, e a Argentina tem dificuldades para dar inícios a reestruturação de seu sistema.
Sobre o futuro do bloco, Bolsonaro destacou que a prioridade será avançar na união aduaneira e modernizar os regulamentos. "Trabalharemos para incluir o açúcar os automóveis", afirmou.
Bolsonaro cumprimentou de modo efusivo e descontraído os seus pares.
Ao esquerdista Evo Morales, presidente da Bolívia, disse que "estava com saudades, não nos vemos desde a minha posse". A Mauricio Macri, presidente da Argentina, agradeceu pela parceria na conclusão do acordo com a União Europeia.
Aos demais presidentes, enfatizou que, no Japão, ambos receberam juntos a notícia sobre o acordo. "Posso dizer a vocês, Paraguai, Uruguai, vocês não estavam lá, mas o Macri foi 10 por todos nós lá", disse.
Fez, ainda, uma brincadeira com o presidente do Chile, Sebastian Piñera, que, por não ser membro pleno do grupo, estava sentado em um local mais distante. Piñera se levantou para abraça-lo e Bolsonaro disse:
"Seu problema é com o Peru, não com o Brasil". Alguns segundos depois, complementou: "Estou falando sobre a Copa América, ok?". Peru e Chile têm uma outra rivalidade relacionada a seu passado histórico também. Na Guerra do Pacífico, no século 19, o Chile invadiu o Peru.
Bolsonaro afirmou também que quer, junto com os parceiros, "um Mercosul enxuto e dinâmico, com menos discurso e mais ação, e que vá além da integração comercial, não queremos uma América do Sul como Pátria Grande, e que cada país seja grande, como diz o presidente Trump sobre os EUA."
O presidente brasileiro também condenou a ditadura venezuelana. "A situação na Venezuela é resultado do populismo e da irresponsabilidade. A gente pede a Deus e às pessoas de bem que tenham responsabilidade na hora de votar, e que essa hora de votar chegue logo na querida Venezuela."
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