Rompimento de cabo subaquático deixa duas cidades do Amazonas sem energia

Problema afetou mais de 130 mil pessoas e desencadeou protestos nos municípios

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Manaus

O rompimento de cabos subaquáticos instalados a cerca de 50 metros de profundidade, no rio Negro, em Manaus, deixou os municípios de Iranduba e Manacapuru, no interior do Amazonas, sem energia elétrica por mais de dois dias. 

O rompimento aconteceu no às 13h51 da última sexta-feira (19), e o fornecimento de energia ainda não tem data certa para ser restabelecido. A concessionária afirma que a normalização ocorrerá “até o fim desta semana”.

Mergulhadores precisaram ser acionados e estão, desde as 5h desta segunda-feira (22), vasculhando as escuras águas do rio Negro para tentar resolver o problema, que afetou mais de 130 mil pessoas (toda a população das duas cidades), desencadeando uma série de protestos nos municípios e na rodovia AM-070, que liga ambas as cidades à capital, Manaus. 

 
 Tarcísio Rosa, diretor-presidente da Amazonas Energia, em coletiva de imprensa
Tarcísio Rosa, diretor-presidente da Amazonas Energia, em coletiva de imprensa - Monica Prestes/Folhapress

O prefeito de Iranduba, Francisco Gomes (DEM), relatou que o problema aconteceu no início de sexta-feira e paralisou o funcionamento de escolas, hospitais, unidades de saúde, serviço público e comércio. A situação é semelhante em Manacapuru. “Tudo fechado, tudo parado. Estamos vivendo um caos”, disse Gomes. 

De acordo com ele, atendimentos médicos foram prejudicados nos dois únicos hospitais da cidade e em todas as quase 20 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, que até esta segunda (22) continuam fechadas. 

“A concessionária colocou um grupo gerador no hospital estadual que temos, mas o municipal está sem energia, só fazendo atendimentos básicos, assim como as UBSs, que continuam fechadas”, contou.

Nas escolas, os alunos foram dispensados às 9h desta segunda por conta do calor e as aulas seguem suspensas, provavelmente, até quarta-feira, quando o fornecimento de energia desses setores do município devem ser normalizados pela Eletrobras, informou Gomes. 

“A empresa está colocando geradores provisórios para abastecer o município enquanto consertam o problema do cabo. Informaram que até quarta (24) esses setores devem ser abastecidos”. 

Esta não é a primeira vez que os municípios de Iranduba e Manacapuru ficam sem energia após o rompimento do cabo subaquático. Em fevereiro deste ano vândalos tentaram furtar um trecho do cabo às margens do rio Negro e acabaram danificando o material e deixando a população das duas cidades sem energia.

Segundo a Eletrobras Amazonas Energia, o cabo que se rompeu faz parte de uma linha de transmissão de 69.000 Volts que abastece ambos os municípios por meio de cabos subaquáticos isolados, que foram instalados no leito do rio Negro.

Mapa de rompimento de cabos foi em trecho de rio Negro, em Manaus
Rompimento de cabos foi em trecho de rio Negro, em Manaus - Divulgação

De acordo com a concessionária, ainda não foi identificada a origem do rompimento, se efeito do desgaste natural do material, que segundo a concessionária é importado, ou se fruto de ação de terceiros, como furto. 

A empresa informou que oito mergulhadores trabalham na verificação do dano, para que a distribuidora possa, então, definir as estratégias para recuperação do cabo.

Enquanto isso, segundo a Eletrobras Amazonas Energia, 12 grupos geradores estão operando, em reativação de usina termelétrica (UTE) localizada na Rodovia Manoel Urbano (AM-070), no município de Iranduba, como medida emergencial, enquanto a logística e os reparos no cabo subaquático serão realizados. 

A empresa informou que transferiu outros 15 grupos geradores da UTE de Flores, totalizando 27 grupos geradores em operação até o último domingo (21). Um desses geradores foi enviado ao hospital estadual de Iranduba e, outro, para o Hospital de Manacapuru. 

Além disso, a concessionária se comprometeu em contratar mais 15MW também para a UTE Iranduba até terça-feira (23), totalizando 40MW e, até quinta-feira (25), disponibilizar 60MW aos dois municípios afetados para diminuir os impactos aos moradores das duas localidades. 

Em entrevista coletiva nesta segunda, o diretor-presidente da Eletrobras Amazonas Energia, Tarcísio Rosa, afirmou que o fornecimento de energia elétrica nos municípios será restabelecido independentemente da manutenção do cabo. Para isso, além de mobilizar grupos geradores de Manaus, a concessionária decidiu contratar outra geradora de energia para fornecer um sistema reserva. 

“Fizemos um contrato para reativar uma usina reserva e atingir 60 MW nessas cidades até o fim de semana. Estamos dando prioridade ao sistema essencial, como hospitais e os sistemas de abastecimento de água.”


 

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