Sócio da Cultura quer entrar na lista de credores da livraria

Empresário afirma que a empresa da sua família lhe deve cerca de R$ 511 mil

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São Paulo

O empresário Pedro Herz, sócio da Livraria Cultura, pediu à Justiça para entrar na lista de credores da companhia fundada em 1947 por sua mãe, Eva Herz.

Sem conseguir pagar dívidas de cerca de R$ 285 milhões, a Livraria Cultura pediu recuperação judicial em outubro do ano passado. 

Homologada em abril, a medida é uma tentativa de evitar a falência da empresa. Por meio desse mecanismo, a Cultura ganhou fôlego para tentar se reestruturar e pagar os credores, cuja lista é elaborada por administradora judicial.

​​Herz afirma que a empresa da sua família lhe deve cerca de R$ 511 mil. O valor seria decorrente de empréstimo feito pelo banco Itaú à livraria. Ele entrou como avalista. 

Quando houve o pedido de recuperação judicial, o banco executou a cobrança das cotas de um fundo de investimento que havia sido cedido por Herz como garantia. A Justiça ainda não analisou a solicitação feita pelo empresário. 

Aprovado em assembleia de credores, o plano de recuperação judicial estabelece um deságio de até 70% nos valores a serem pagos. Foi definido também um prazo de amortização de até 12 anos, depois de uma carência de 24 meses.

As condições variam de acordo com a categoria na qual os credores estão inscritos.

Pedro Herz assumiu a Cultura em 1969 e levou a livraria, que até então funcionava num pequeno sobradinho na rua Augusta, onde residia a família, para o Conjunto Nacional, sede da sua principal loja.

Sob a sua gestão, a Cultura tornou-se uma das maiores do país, com um catálogo de cerca de 9 milhões de livros. 

Seu filho Sérgio, formado em administração de empresas, passou a comandar a empresa no ano de 2009.

Na tentativa de expandi-la, em 2017, o grupo incorporou a subsidiária brasileira da multinacional francesa Fnac. Um ano depois, a última loja da Fnac foi fechada. 

Nos autos do processo de recuperação judicial, a Cultura diz que a operação prejudicou ainda mais o quadro de caixa deficitário que já vinha se desenvolvendo desde que o país entrou “em profunda crise econômica” em meados de 2014.

Por causa de dívidas com bancos, Sérgio Herz está com bens pessoais penhorados e é acusado de ter cometido fraude ao repassar dois imóveis e três carros para a sua esposa, com quem é casado em regime de separação total de bens. 

O empresário nega a alegação de conluio e afirma que contestará qualquer decisão a respeito por todos os meios legais cabíveis. 

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