Stone e Globo se unem para oferecer maquininhas a empreendedores e microempresários

Globo investirá o equivalente a R$ 461 mi em conteúdos de mídia, enquanto a Stone vai ser responsável pela operação da empresa

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São Paulo

A Stone e o Grupo Globo anunciaram a criação de uma nova empresa para atuar no segmento de maquininhas de cartão para autônomos e microempreendedores.

Pelo acordo, a Globo investirá o equivalente a R$ 461 milhões em conteúdos de mídia, enquanto a Stone vai ser responsável pela operação da empresa —assumindo o processamento de pagamentos, o suporte técnico e a gestão de recursos administrativos —e também fará um investimento de R$ 50 milhões em dinheiro.

Pelo modelo desenhado, a Stone terá 67% do novo negócio, enquanto o Grupo Globo ficará com 33%.
Em comunicado ao mercado, a Stone, que tem ações listadas na Bolsa de tecnologia de Nova York, a Nasdaq, afirma que a nova empresa terá como presidente Caio Fiuza, até então diretor de operações da companhia. 
 

Stone e o Grupo Globo anunciaram a criação de uma empresa para atuar no segmento de maquininhas de cartão - Martin Bernetti - 15.mai.13/AFP

Após o anúncio, as ações da empresa abriram em alta e eram negociadas a US$ 30,15 (+4,67) por volta das 13h.

Não foram divulgados ainda o nome da nova empresa e nem quando ela deve começar a operar. O negócio depende de aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão que regula a concorrência no Brasil.

“A parceria com a Stone nos dará a oportunidade de unir forças para criar um modelo em serviços financeiros que será impulsionado pelo nosso amplo e profundo conhecimento do consumidor brasileiro”, afirmou Jorge Nobrega, presidente do Grupo Globo, no comunicado ao mercado distribuído pela Stone.

Esse investimento não é a primeira incursão do Grupo Globo no setor financeiro.

Em 2017, o conglomerado de mídia comprou uma fatia minoritária na corretora de investimentos Órama, por valor não revelado.

Para a Stone, a parceria com o Grupo Globo tem potencial para ampliar a operação em um segmento em que começou a atuar apenas no final do ano passado e que tem sido amplamente disputado pelas chamadas empresas de adquirência, nome oficial dos negócios com as maquininhas que processam operações de débito e crédito.

A venda de maquininhas para autônomos e microempresários foi o modelo adotado pela PagSeguro para conquistar mercado em uma época em que o setor apenas alugava os aparelhos e era voltado a comércios maiores.

A PagSeguro pertence ao grupo UOL, que tem participação acionária minoritária e indireta da Folha.
Assim como a Stone, Cielo, Rede e Getnet, outras grandes companhias do mercado, também passaram a disputar o mercado de autônomos, uma tentativa de preservar receitas com o aumento da concorrência.

O comunicado da Stone foi acompanhado da divulgação dos dados operacionais do segundo trimestre. A divulgação de resultados ocorrerá no dia 14.

Pelos dados preliminares, a Stone fechou junho com 360,2 mil clientes, alta de 50,5 mil ante o primeiro trimestre. Já o volume total de vendas processadas saltou 60%, a R$ 29,8 bilhões.

As empresas de maquininhas têm ampliado ainda a gama de serviços financeiros oferecidos para ampliar margens em meio ao aumento da concorrência, que reduz a receita recebida a cada transação paga com cartão.

Entre as iniciativas estão a oferta de crédito e também serviços bancários agregados, como contas de pagamento e cartões de crédito.

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