Versatilidade impulsiona mangalarga, que pode custar de R$ 5.000 a R$ 15 mi

Exposição deve movimentar R$ 25 milhões, entre leilões de animais e vendas diretas entre os criadores

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Geórgea Choucair
Belo Horizonte

Passando ao largo da crise econômica, o mercado de negócios ligados ao cavalo mangalarga marchador desconhece adversidades. A venda de animais mais que dobrou. Foi de 6.782 em 2016 a 14,3 mil dois anos depois. Crescem também negócios com óvulos, sêmen e embriões.

O Brasil tem hoje 620 mil cavalos da raça mangalarga no plantel. A maior parte fica em Minas Gerais. São 17.800 criadores, ante 11 mil em 2016.

O crescimento fez o número de leilões subir de 300 para 393 por ano, com alta de R$ 121 milhões para R$ 127 milhões no valor comercializado. 

Para criadores, o animal se destaca pela versatilidade. Pode ser usado tanto na lida com o gado como em cavalgadas, concursos de marchas, enduros, provas funcionais e equoterapia. Além disso, tem temperamento dócil. 

"Quem tem o animal é apaixonado. E paixão e sonho não têm preço", afirma o empresário Daniel Borja, criador há 25 anos e presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM). 

A raça conta com 70 associações regionais no país para divulgar o mangalarga. 

Organizadores da maior feira do setor, que ocorre em Belo Horizonte até o próximo sábado (27), projetam recorde de público e de negócios. 

Cerca de 220 mil pessoas são esperadas na 38ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que deve movimentar R$ 25 milhões, entre leilões de animais e vendas diretas entre os criadores, ante os R$ 23 milhões no evento do ano anterior.

Com R$ 5.000 é possível comprar um exemplar. Mas um único cavalo pode chegar a custar R$ 15 milhões —um valor próximo ao prêmio total das seis dezenas da Mega Sena acumulada na última semana. 

É o caso do Galante do Expoente, o mais caro da raça hoje no Brasil, com vários filhotes campeões. Ele pertence a seis sócios e fica no Haras Zel, em Ouro Fino, no sul mineiro.

A médica paulista Ana Carolina Megale é uma das proprietárias do Haras Zel e levou cinco dos 300 cavalos mangalarga de seu haras para a exposição deste ano. Entre eles, o Arlequim Serra Bela, filho do Galante do Expoente. 

Arlequim foi campeão nacional na categoria Cavalo Júnior de Marcha Picada na exposição de 2018 e vai concorrer neste ano na categoria de Marcha Picada. O seu valor estimado é de R$ 1 milhão. 

A empresária mineira Cristiana Gutierrez, proprietária do Haras Morada Nova, em Inhaúma (MG), faturou três prêmios logo no primeiro dia da exposição. 

Dos 400 cavalos do haras, 34 vão desfilar na pista do Parque da Gameleira. O Haras Morada Nova ganhou o troféu de melhor expositor da feira do ano passado.

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