Balança comercial brasileira tem pior julho em 5 anos, com superávit de US$ 2,293 bi

Exportações tiveram queda de 14,8% ante julho de 2018; importações caíram 8,9% na mesma base de comparação

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Marcela Ayres
Brasília | Reuters

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,293 bilhões (R$ 878 bilhões) em julho, pior para o mês desde 2014 (US$ 1,562 bilhão, R$ 6 bilhões), com a fraqueza da economia sendo refletida tanto na ponta das exportações quanto das importações.

O dado, divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (1º), também veio abaixo da expectativa de um saldo positivo em US$ 3,8 bilhões (R$ 14,5 bilhões), conforme pesquisa da Reuters com analistas.

No mês, as exportações tiveram queda de 14,8% ante julho de 2018, pela média diária, a US$ 20,054 bilhões (R$ 76,8 bilhões).

Já as importações caíram 8,9% na mesma base de comparação, a US$ 17,761 bilhões (R$ 68 bilhões).

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a balança comercial ficou positiva em US$ 28,369 bi (R$ 108,6 bilhões), recuo de 16,3% sobre igual etapa do ano passado.

“(Há) menor demanda externa por conta da desaceleração da economia mundial e menor demanda interna por conta de desempenho aquém do esperado para a economia nacional”, avaliou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.

Depois de iniciar 2019 prevendo uma alta de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, o governo foi revisando sua perspectiva para baixo, até cortá-la a 0,81% no último mês.

Para o resultado consolidado da balança no ano, a expectativa de analistas ouvidos pelo Banco Central na mais recente pesquisa Focus é de um saldo positivo de US$ 52 bilhões (R$ 199,1 bilhões) nas trocas comerciais, contra um superávit de US$ 58 bilhões (R$ 222 bilhões) de 2018.

No mês passado, o Ministério da Economia ajustou suas estimativas e passou a prever um superávit comercial de US$ 56,7 bilhões (R$ 217,1 bilhões) para este ano.

DESTAQUES EM JULHO

Do lado das exportações, o desempenho negativo foi verificado em todas as categorias em julho, com destaque para os embarques de produtos básicos, que recuaram 16,7% ante igual mês do ano passado.

No mês, houve diminuição de 61,2% nas vendas de petróleo em bruto e de 34,6% da soja em grão, dois importantes produtos da pauta comercial brasileira.

“Esses dois produtos apresentaram queda tanto de volume quanto de preço no mês”, disse Brandão.

Ele apontou que o apetite por petróleo é afetado pela desaceleração da economia mundial, com reflexo nas cotações internacionais do produto.

Já as vendas de soja têm sido impactadas pelos problemas sanitários da China, pontuou Brandão. A soja comprada do Brasil é utilizada principalmente na alimentação de porcos, mas a produção suína no gigante asiático sofreu forte redução em função do surto de peste suína africana no país.

Olhando para as demais categorias, as exportações brasileiras de manufaturados e semimanufaturados caíram 12,3% e 4,6% em julho, respectivamente.

Na ponta das importações, as compras de combustíveis e lubrificantes subiram 22% em julho. Também cresceram as aquisições de bens intermediários (+4,9%) e de bens de consumo (+1%).

Em contrapartida, as importações de bens de capital despencaram 53% sobre julho do ano passado. O Ministério da Economia chamou a atenção para a retração verificada principalmente em barcos-faróis, guindastes, docas e diques flutuantes

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