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Banco C6 lança operação com transferência por SMS e acordo com Havan

Instituição conquista 200 mil clientes durante fase de testes, que durou seis meses

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São Paulo

O C6 Bank, fundado por ex-executivos do BTG Pactual, lançou oficialmente sua operação nesta segunda-feira (5) com a oferta de transferências bancárias por mensagens de texto. O dinheiro cairá para o destinatário em até dois dias úteis, segundo o banco, apesar de operar no mesmo sistema de TED tradicional.

Em fase de testes há seis meses, o banco já vinha tentando se diferenciar com serviços não oferecidos por grandes instituições financeiras. O principal exemplo até aqui é o concorrente do Sem Parar, que tem o valor dos pedágios descontado diretamente da conta do correntista.

O banco será uma instituição financeira completa. Oferece todos os produtos tradicionais de conta bancária para pessoa física (saques na rede 24 Horas, transferências, recebimento de salário, crédito, cartão) e serviços para empresas, alguns ainda em fase de desenvolvimento.

Sede do banco C6 em São Paulo
Sede do banco C6 em São Paulo - Divulgação

​Entre eles estão empréstimos com e sem garantia para pessoa jurídica, seguros e consórcios de terceiros. O banco promete ainda expandir a oferta de produtos para home broker e vender diferentes fundos de investimento de terceiros, cheque especial e empréstimo para pessoa física. O banco tem capital social de R$ 315 milhões e deve fechar o ano com investimento total de R$ 500 milhões.

Como comparação, o Nubank alcançou valor de mercado de US$ 10 bilhões (R$ 39 bilhões) após nova rodada de investimentos e, após seis anos do lançamento, tem cerca de 9 milhões de clientes.

Na fase de testes, que durou seis meses, o C6 abriu 200 mil contas sem tarifas, seguindo o mantra recente dos novatos do mercado. Há cobrança de alguns serviços, como anuidade no cartão de crédito premium.

Apesar de oferecer serviços digitais, o banco não quer ser comparado com fintechs, que normalmente oferecem gama geralmente mais restrita de serviços.

Outra característica que a nova instituição não quer replicar é a sequência de anos de prejuízo, típica de novas empresas de tecnologia.

“Infelizmente o banco ainda não é lucrativo, mas os números estão surpreendendo nossas próprias expectativas e esperamos muito mais que dobrar de tamanho até o final do ano”, afirma Luiz Calicchio, sócio-fundador do C6.

O C6 não divulgou uma meta para número de clientes que pretende alcançar, mas o alvo é um público entre 25 e 50 anos, com propagandas apenas em canais de TV pagos. 

O Banco Inter, por exemplo, tem cerca de 2 milhões de clientes e está entre as instituições digitais que afirmou, nos últimos meses, que tem a ambição de alcançar o posto de sexto maior banco do país por essa métrica. O lugar é atualmente ocupado pelo Banrisul.

Para atingir os clientes desbancarizados e de baixa renda, o cartão de crédito banco será oferecido em grandes lojas, sendo a primeira delas a Havan, do polêmico Luciano Hang.

A instituição também conta com revendedores, inspirada nos modelos da Natura e Avon. No momento, são 130 consultores treinados e 800 em fila de espera. A remuneração é por comissão atrelada ao tipo de venda. Segundo o C6, os valores pagos aos terceirizados são equivalentes ao salário de um gerente de banco.

A maquininha do banco, chamada C6 Pay, foi desenvolvida com outra empresa do grupo, a PayGo, antiga NTK Solutions. Ela será oferecida no momento de abertura de conta de microempreendedores e para pessoas jurídicas. O serviço é gratuito para MEI e empresas que recebam a partir de R$ 5 mil por mês via cartão. Abaixo deste valor, o aluguel é de R$ 60 mensais. As taxas variam de 2% a 4% por venda.

Calicchio se diz otimista com o cenário econômico, apesar do banco, segundo ele, não depender muito disso. “O cenário macroeconômico não nos influenciou. Desde a concepção do projeto sabíamos que ele seria menos influenciado pelo cenário do país”, diz.

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