Bolsa sobe mais de 2% e volta aos 100 mil pontos em dia que dólar renova máxima do ano

Trégua na guerra comercial e PIB melhor do que o esperado sustentam alta do índice

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São Paulo

A trégua na guerra comercial e o crescimento econômico do Brasil acima do que o esperado pelo mercado animou investidores nesta quinta-feira (29) e levou o Ibovespa a retomar os 100 mil pontos.

O dólar, por sua vez, teve alta de 0,43%, a R$ 4,172, na esteira de valorização internacional da moeda americana, especialmente frente às divisas emergentes, e da crise argentina.

Este é o maior patamar do dólar em relação ao real desde setembro de 2018, antes das eleições presidenciais.

Gráfico das recentes flutuações dos índices de mercado no pregão da Bolsa de Valores de Sao Paulo
Bolsa sobe 2,37% e retoma os 100 mil pontos - Folhapress

Com o temor de uma desaceleração global e dos efeitos da guerra comercial, investidores migram seus investimentos para a moeda americana, um dos ativos mais seguros do mundo. Com o aumento da demanda por dólar, o real se desvaloriza.

“O dólar, por mais notícias positivas que tivermos internamente, deve seguir pressionado. A moeda americana está muito demandada e emergentes se desvalorizam”, afirma Rodrigo Franchini, sócio e head de produtos da Monte Bravo.

Esta quinta teve o último dia de intervenções do Banco Central no mercado para trocar US$ 3,8 bilhões em swaps cambiais por moeda à vista. Operações semelhantes serão feitas em setembro.

Apesar da depreciação, o real teve um dos melhores desemprenho dentre os emergentes no pregão. A pior das moedas foi o peso argentino, que se desvalorizou 0,76%. No momento, um dólar equivale a 57,88 pesos.

A Argentina declarou moratória na noite de quarta (28) de parte de sua dívida de curto prazo. O país vai ainda renegociar as de médio e longo prazos, inclusive a parcela referente a empréstimos com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que somam US$ 57 bilhões.

​Nesta quinta, a Bolsa argentina destoou do cenário externo e caiu 6%, no menor patamar desde setembro de 2017. 

Já a Bolsa brasileira subiu 2,37%, a 100.524 pontos, maior patamar em mais de duas semanas. O giro financeiro foi de R$ 17,5 bilhões, acima da média diária para o ano

O índice refletiu o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, que avançou 0,4% no segundo trimestre de 2019 em relação aos três primeiros meses do ano, dobro do previsto por economistas. Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%.

“Esse crescimento de 0,4% não significa uma mudança na economia, falta muito ainda. É pequeno alento, de curtíssimo prazo. Veremos alta de um, dois dias da Bolsa, mas depois teremos reversão e correção de preço”, afirma Franchini.

A notícia positiva se somou a um cenário externo favorável, em que China e Estados Unidos deram novas sinalizações de trégua.

O presidente americano Donald Trump declarou que há uma conversa marcada entre os países nesta quinta, para negociação de um acordo comercial, o que levou as principais Bolsas globais fecharam em fortes altas.

Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P 500 subiram 1,25% cada. Nasdaq teve alta de 1,5%. Londres e Frankfurt subiram 1% cada e Paris, 1,5%.

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