Em recuperação judicial, Cultura pretende vender Estante Virtual

Decisão de vender a plataforma foi comunicada à Justiça de São Paulo na quarta-feira (14) e ainda precisa ser aprovada por credores

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São Paulo

A Livraria Cultura pretende vender a Estante Virtual, plataforma on-line de comercialização de livros usados que possui cerca de 4 milhões de clientes cadastrados.

A medida é considerada essencial pela empresa para a manutenção das atividades do grupo, que está em processo de recuperação judicial.

Em outubro do ano passado, sem conseguir pagar dívidas de cerca de R$ 285,4 milhões,  a Livraria Cultura pediu recuperação judicial a fim de evitar a falência.

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Vista da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo (SP). - Léo Burgos.12.mar.2018/Folhapress

Por meio desse mecanismo, homologado pela Justiça no mês de abril, a Cultura ganhou fôlego para tentar se reestruturar e pagar os credores.

O plano, aprovado em assembleia pelos credores, estipula um deságio de até 70% nos valores a serem pagos. Foi definido também um prazo de amortização de até 12 anos, depois de uma carência de 24 meses. As condições variam segundo a categoria na qual os credores estão inscritos.

A Estante Virtual foi adquirida pelo grupo em dezembro de 2017, ano em que a Cultura, no seu projeto de expansão, incorporou também a subsidiária brasileira e as respectivas operações da Fnac—com a crise, a última loja da marca foi fechada um ano depois.

À época da compra, a notícia do negócio surpreendeu o mercado devido à situação financeira delicada da Cultura

A decisão de vender a Estante Virtual foi comunicada à Justiça de São Paulo na quarta-feira (14). Precisa ainda ser aprovada em nova assembleia de credores, que deve se reunir no dia 5 de setembro.

Os recursos obtidos com a eventual alienação da plataforma serão revertidos, prioritariamente, de acordo com a empresa, para o pagamento de despesas operacionais posteriores ao pedido de recuperação e quitação de impostos.


Além disso, a empresa pretende utilizar os recursos da venda em ações comerciais e de marketing, com o objetivo de aumentar as suas receitas, assim como recompor o seu capital de giro.

Uma empresa de avaliação será contratada para que seja feita uma estimativa do valor de referência da Estante Virtual, que já vendeu mais de 17,5 milhões de livros.

Criada em 1947, a Cultura afirma que, “assim como muitos outros grupos de empresas responsáveis e bem administradas”, é mais uma “vítima da profunda crise econômica que assola o país desde 2014”.
No processo de recuperação, a empresa diz também que a incorporação da Fnac “prejudicou ainda mais o seu quadro de caixa deficitário”. 

Embora não mencione o impacto que a compra da Estante Virtual provocou em suas finanças, a Cultura afirma que a plataforma, adquirida apenas 20 meses atrás, não tem mais “importância estratégica” para as suas atividades.

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