Fed evita sinalizar novos cortes de juros, mas não descarta reduções

Trump volta a criticar estratégia do banco central americano

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Washington | Reuters e AFP

O Fed (Federal Reserve) divulgou a ata de sua última reunião nesta quarta-feira (21). Segundo o texto, membros do banco central americano debatem cortar juros de forma mais agressiva, mas evitam parecer estar em uma trajetória de mais reduções. 

Fed cortou a taxa de juros em 0,25% ao final de sua reunião, no final de julho. Autoridades mostraram preocupação sobre a desaceleração da economia global, tensões comercias e inflação fraca.

"Algumas das autoridades indicaram que teriam preferido um corte de 0,5% ", de acordo com a ata. Os membros a favor desse movimento estavam preocupadas com a inflação em níveis muito baixos.

Banco central americano cortou juros pela primeira vez em dez anos - Brendan McDermid/Reuters

Ao mesmo tempo, as autoridades concordaram que não podiam dar a impressão de que estavam planejando mais cortes de juros. "Os participantes no geral foram a favor de uma abordagem na qual a política monetária será guiada pelas informações recebidas... e que evitasse qualquer sinal de que seguir um curso predefinido", de acordo com a ata.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, nesta quarta-feira, antes da divulgação da ata da reunião. Trump acusou Powell de impedir que a economia americana cresça mais rápido. 

"O único problema que temos é o Jay Powell e o Fed. É como um jogador de golfe que não sabe jogar, que não tem pegada", disse o presidente americano no Twitter. 

Trump nomeou Powell, mas tem feito críticas a ele por ter aumentado as taxas de juros rápido demais no ano passado. O presidente pediu para o Fed reverter essas medidas, reduzindo os juros em um ponto, para assim impulsionar a economia e desvalorizar o dólar.

"(Haverá) Um grande crescimento dos EUA, se ele fizer a coisa certa, um grande corte - mas não conte com ele! Até agora, ele decidiu errado, e só nos decepcionou", afirmou Trump.

"Ontem, 'o dólar mais alto da história dos EUA'. Inflação zero. Acorda, Federal Reserve. Tanto crescimento em potencial, quase inédito", continuou.

Nesta quarta, porém, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a política econômica defendida pela Casa Branca é contraproducente e vai desacelerar a economia mundial.

Em uma linguagem direta, algo incomum, os especialistas do FMI disseram que "não se deve dar valor demais à opinião de que a flexibilização da política monetária pode enfraquecer a moeda de um país o suficiente para trazer uma melhoria duradoura à sua balança comercial".

"É improvável que tarifas bilaterais elevadas consigam reduzir os desequilíbrios comerciais desagregados, pois o que fazem principalmente é desviar o comércio para outros países", completa a instituição. 

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