Fernández critica Dujovne e manda recado a Bolsonaro

Candidato oposicionista venceu as eleições primárias da Argentina do último domingo (11)

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Buenos Aires

"Dujovne deixou o país numa grande crise", disse o candidato oposicionista e vencedor das primárias do último domingo (11), Alberto Fernández, sobre a saída do até sábado ministro da economia.

Substituído por Hernán Lacunza, também até ontem ministro de Economia da Província de Buenos Aires, Nicolás Dujovne era um alvo constante de críticas da oposição, principalmente pelo fato de ter articulado a linha de crédito com o FMI (Fundo Monetário Internacional), de US$ 57 bilhões.

"Ele pediu uma dívida em dólares, muito alta, que a Argentina não vai ter como pagar no prazo. Vai ter de ser renegociada", afirmou Fernández.

O desacordo de Dujovne com Macri acentuou-se na última semana, quando o então ministro mostrou-se em desacordo com as medidas que o presidente estava tomando para aliviar a inflação e tentar reverter o resultado das primárias (47% para Fernández e 32% para Macri). Para Dujovne, essas medidas podem fazer com que o FMI alegue um descumprimento do acordo com a Argentina, que exigia medidas de ajuste fiscal e cortes no orçamento.

Em entrevista ao jornal La Nación, Fernández também disse que buscaria estabilizar a relação da Argentina com o Brasil, caso fosse eleito, após receber duras críticas de Jair Bolsonaro.

"Eles (o governo brasileiro) não têm de se preocupar, porque não penso em fechar a economia", afirmou. E acrescentou: "Para mim, o Mercosul é uma questão central, e o Brasil é nosso principal parceiro econômico e vai seguir sendo. Se Bolsonaro pensa que vou fechar a economia e que, por isso, o Brasil terá de ir embora do Mercosul, que fique tranquilo. Não penso fazer isso. É uma discussão tonta".

O primeiro turno das eleições argentinas será em 27 de outubro.

De manhã, o presidente Bolsonaro  escreveu em sua conta no Twitter que a população argentina está sacando seu dinheiro dos bancos , por medo da volta de um governo de esquerda.

"Com o possível retorno da turma do Foro de São Paulo na Argentina, agora o povo saca, em massa, seu dinheiro dos bancos. É a Argentina, pelo populismo, cada vez mais próxima da Venezuela", escreveu Bolsonaro.

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