Johnson & Johnson poderá pagar US$ 572 milhões em caso sobre opioides

Segundo juiz, práticas de marketing da farmacêutica alimentaram a epidemia de opioides

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Reuters

Um juiz de Oklahoma decidirá nesta segunda-feira (26) se a Johnson & Johnson deve ser responsabilizada em um processo de US$ 572 milhões alegando que as práticas de marketing da farmacêutica alimentaram a epidemia de opioides, causando uma inundação de analgésicos no mercado.

O caso do procurador-geral do Estado de Oklahoma, Mike Hunter, foi o primeiro a ir a julgamento de milhares de casos movidos por governos estaduais e locais contra fabricantes e distribuidoras de opioides.

Embalagens de talco
Johnson & Johnson se defende dizendo que décadas de pesquisas acadêmcias atestam a segurança do talco - Getty Images

Os opioides estão envolvidos em quase 400 mil mortes por overdose de 1999 a 2017, de acordo com os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças. Desde 2000, cerca de 6 mil pessoas de Oklahoma morreram de overdose de opioides, de acordo com os advogados do Estado.

Durante o julgamento de sete semanas, advogados do Estado de Oklahoma argumentaram que a J&J realizou uma campanha de marketing de um ano que minimizava os riscos dos analgésicos viciantes e promovia seus benefícios.

A J&J negou irregularidades. A farmacêutica disse no tribunal que suas alegações de marketing tinham apoio científico e que seus analgésicos, Duragesic e Nucynta, compunham uma pequena fração dos opioides prescritos em Oklahoma.

Hunter, o procurador-geral, está tentando fazer com que a J&J pague mais de US$ 17 bilhões para ajudar o Estado a enfrentar a epidemia pelos próximos 30 anos por meio de programas de tratamento e prevenção de dependências.

Os advogados de alguns requerentes compararam os casos de opioides a processos judiciais contra a indústria do tabaco que levaram a um acordo de US$ 246 bilhões em 1998.

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