Em evento sobre reforma tributária na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu a necessidade de cortar gastos públicos. "Para reduzir carga tributária tem que reduzir despesa pública", disse.
O corte de gastos pautou a palestra de Maia nesta sexta-feira (30), que durou cerca de 30 minutos. "De cada R$ 100, R$ 94 são de despesas obrigatórias. Vamos ter uma queda de R$ 12 bilhões em investimentos e aumento líquido das despesas na ordem de R$ 50 bilhões. Cada ano que passa sobra menos recursos para investimentos."
"O orçamento público não pode ser uma peça onde as despesas aumentam mais do que a receita. O Rio de Janeiro quebrou por causa da corrupção, mas também porque o salário dos servidores públicos foi aumentado 80% acima da inflação", afirmou.
Um dos aspectos mais criticados pelo parlamentar foi a ineficiência pública. Os gastos da própria Câmara dos Deputados, presidida por Maia, foram alvo de críticas.
"Por que é tão cara? Por que foram aprovados aumentos. Cada servidor entra ganhando R$ 31 mil e em cinco anos já está no topo da carreira. Grande parte dos servidores é chefe de si mesmo. Sinônimo de ineficiência", disse Maia.
Para uma plateia composta por empresários e lideranças locais, Maia defendeu que os políticos façam uma autocrítica e mostrem produtividade. "Está na hora da gente cobrar eficiência. Estou na política para isso. Se não for isso que a sociedade quer, eu prefiro voltar então para a iniciativa privada."
"Precisamos ter a coragem de dizer: esse estado do tamanho que ficou não nos representa. A política se enganou nos últimos anos, e eu fiz parte disso", disse o presidente da Câmara.
Para o parlamentar, a reforma tributária depende da correção de distorções. "Existem setores que ao longo do tempo conseguiram pagar pouco imposto. Os que pagam muito, vão ter que pagar, graças a Deus, menos. E quem paga menos, terá que pagar mais.”
Durante o evento, Maia foi questionado sobre o seu posicionamento em relação à possibilidade de criação de um imposto único semelhante a CPMF, proposta estudada pelo governo. “Às vezes me perguntam: você é a favor ou contra a CPMF? Acho que as pessoas não conhecem a história recente. Em 2007, nós lideramos juntos o fim da CPMF. Não mudei de opinião ao longo de 12 anos.”
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