A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) afirmou nesta quarta (28) que o navio plataforma Cidade do Rio de Janeiro, que enfrenta problemas estruturais na Bacia de Campos, tem 450 mil litros de óleo diesel e 169 mil litros de borra oleosa em seus tanques.
Segundo a japonesa Modec, responsável pela construção e operação da plataforma para a Petrobras, os danos no casco progrediram nesta quarta. A companhia afirma, porém, que continuam confinados a um tanque, o que configura cenário de estabilidade.
"As condições de calado e inclinação permanecem estáveis", afirmou a companhia, em nota divulgada no início da noite. De acordo com a ANP, o navio apresenta "inclinação reduzida", de 12º. A plataforma opera para a Petrobras desde 2007.
O temor das autoridades é que um naufrágio provoque o derramamento no mar do óleo armazenado nos tanques da embarcação. O volume equivale à capacidade de 15 caminhões tanque como os usados para abastecer os postos.
A ANP informou que empresa contratada da Modec está se preparando para retirar parte desses volumes, aliviar a tensão do sistema de ancoragem e desconectar as tubulações ligadas aos poços para tentar movimentar a unidade para um estaleiro.
O Cidade do Rio de Janeiro está no campo de Espadarte, a 130 quilômetros do litoral fluminense. Os problemas no caso foram identificados na sexta (23) e, segundo a ANP, os danos ocupam uma área de 25 metros de comprimento por 3 de largura.
Toda a tripulação, de 107 pessoas, foi evacuada durante o fim de semana. Nesta quarta, dez embarcações de apoio e combate à poluição trabalham na área. Em sobrevoo na terça (27) foi identificada mancha de óleo estimada em 420 litros.
O Cidade do Rio de Janeiro é uma plataforma do tipo FPSO (sigla em inglês para unidade de produção, armazenagem e transferência de petróleo e gás). Foi construída sob o casco de um navio e estava fora de operação desde julho de 2018.
No momento do acidente, Petrobras e Modec realizavam a desconexão de tubos que ligam a plataforma aos poços produtores. A plataforma é parte de uma lista de unidades antigas que serão desativadas pela Petrobras porque as áreas onde operam já não produzem volumes comerciais.
Em janeiro, o Cidade do Rio de Janeiro já havia sido responsável por outro vazamento, de 1,4 mil litros de óleo. Na ocasião, a Petrobras disse que e Modec tomou todas as providências necessárias para cessar a fonte do vazamento.
A ANP implantou uma sala de crise, em conjunto com Marinha e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para acompanhar a situação.
O MMA (Ministério do Meio Ambiente) informou que o Ibama abriu processo administrativo sobre o caso e enviou o Núcleo de Prevenção de Atendimento a Emergências Ambientais para monitorar a situação. Segundo o Ibama, o volume de óleo derramado pelo navio até terça é de 7,8 mil litros
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