Trump adia sobretaxa à China para não prejudicar Natal, e Bolsas sobem

Alento na guerra comercial anima investidores; Bolsa de Buenos Aires se recupera e avança 11%

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São Paulo

Um sinal de trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos animou investidores pelo mundo nesta terça-feira (13) e reduziu parte das perdas registradas nas Bolsas de Buenos Aires e de São Paulo na véspera, em razão dos temores com a eleição argentina.

Para não prejudicar as compras de Natal dos americanos, o presidente Donald Trump decidiu adiar as novas tarifas de 10% sobre os eletrônicos chineses até 15 de dezembro.

No entanto, novas tarifas que entrarão em vigor a partir de 1º de setembro sobre US$ 300 bilhões (R$ 1,1 trilhão) de importações chinesas continuam valendo.

 Bolsa de Valores de Sao Paulo
Impulsionada por trégua na guerra comercial, a Bolsa teve alta de 1,4% e recuperou os 103 mil pontos - Xinhua/Rahel Patrasso

O adiamento anunciado nesta terça diz respeito a telefones celulares, notebooks, monitores de computador, consoles de videogame e alguns brinquedos, calçados e roupas, afirmou o representante comercial dos Estados Unidos via comunicado. 

O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, subiu 1,35% e voltou para 103 mil pontos, e o dólar caiu 0,37%, para R$ 3,97.

Depois de derreter 37% na segunda (12) com a larga vitória da chapa kirchnerista nas primárias argentinas, a Bolsa de Buenos Aires subiu 10,76%. 

O peso, no entanto, continuou a se desvalorizar em relação ao dólar. A moda americana subiu 5% e atingiu uma nova máxima, de 55,65 pesos argentinos por dólar.

A leitura do mercado é que a provável vitória da chapa oposicionista formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner e uma eventual piora na economia da Argentina tenham impacto limitado no Brasil.

O país é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e importa automóveis e peças automobilísticas brasileiros. Tais exportações podem cair não apenas por uma piora do mercado argentino mas com o protecionismo kirchnerista.

Mas, segundo a XP Investimentos, tal queda não deve afetar tanto a economia brasileira. 

"Nossos cálculos preliminares sugerem que, se o investimento em capital fixo argentino cair 10% numa base anual, o PIB brasileiro tende a se retrair em 0,06 ponto percentual (com margem de 0,03 ponto) nessa mesma base de comparação. Se a experiência argentina de 2014 se repetisse, o PIB brasileiro poderia se reduzir em 0,16 ponto percentual (com margem de 0,10 ponto) em 12 meses", afirma relatório da XP.

Com um cenário mais ameno na guerra comercial, as Bolsas americanas fecharam em alta. Dow Jones e S&P 500 subiram 1,5% cada um, e a Nasdaq, 2%. 

Também contribuiu para o viés positivo a valorização do yuan. O dólar recuou 0,21% diante da moeda chinesa nesta terça-feira, para 7,0435 yuans por dólar, menor patamar em uma semana.

Já a Bolsa de Hong Kong teve mais uma sessão de queda, com recuo de 2%, e foi para o menor patamar desde 3 de janeiro. Os protestos contra o governo chinês se intensificaram nos últimos dias.

 
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