Bradesco e LCA dizem que taxa básica de juros pode cair abaixo de 4,75% ao ano

Fernando Honorato, do Bradesco, não descarta quedas maiores

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São Paulo

O único estímulo econômico de demanda possível atualmente é a continuidade do ciclo de cortes da taxa básica de juros (Selic), de acordo com o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato.

Ele afirmou que instituição financeira prevê que a taxa irá cair dos atuais 5,5% para 4,75% ao ano até dezembro, mas que não descarta quedas maiores, o que pode ajudar a estimular a recuperação da economia brasileira.

“Qual o estímulo de demanda possível? É cair mais a Selic. Será que não tem espaço para política fiscal? Hoje não tem. Então, corta-se a Selic. Se precisar cair mais, pode cair. Com a inflação baixa, o risco para o Banco Central de cortar mais os juros é muito pequeno”, afirmou Honorato durante evento organizado pela Abimaq (associação da indústria de máquinas e equipamentos).

“A economia vai andar, com juro baixo, não tem como não andar.”

Bradesco prevê que taxa caia de 5,5% para 4,75% ao ano até dezembro, mas que não descarta quedas maiores
Bradesco prevê que taxa caia de 5,5% para 4,75% ao ano até dezembro, mas que não descarta quedas maiores - Paulo Whitaker/Reuters

De acordo com o economista, sem espaço fiscal, não faz sentido que a retomada do investimento venha do setor público. Ela virá da área privada. Além disso, segundo ele, foi a política fiscal que passou a permitir uma queda mais forte dos juros.

“Não tenho nada contra o gasto público, política fiscal anticíclica é feita no mundo todo. Mas isso só pode ser feito se tiver espaço fiscal.”

Bráulio Borges, economista da consultoria LCA, disse que o Brasil é um caso inédito de país que está há mais de três anos com inflação abaixo do centro da meta e que é difícil compreender o que motivou o Banco Central a demorar tanto para iniciar o ciclo atual de corte de juros.

“Nenhum país com regime de metas de inflação ficou por mais de dois anos consecutivos abaixo do centro da meta. A política monetária foi um pouco equivocada. A gente nunca vai entender o por que de o Banco Central ter sido tão conservador”, afirmou.

Borges afirmou que os juros podem chegar a 4%, 4,5% ao ano nos próximos meses e que isso vai viabilizar um crescimento econômico de cerca de 2%, 2,5% em 2020.

No boletim Focus do BC divulgado nesta segunda-feira (30), a mediana das projeções aponta uma taxa básica de 4,75% ao ano ao final de 2019.

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