Com 7 fábricas no Brasil, CNH Industrial divide operações em duas empresas

Anúncio do plano de negócios para os próximos cinco anos foi feito na Bolsa de Nova York

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Nova York

A CNH Industrial, gigante global que envolve 12 marcas como Case, New Holland e Iveco, anunciou nesta terça-feira (3) a separação de seus negócios em duas empresas e a aquisição de mais uma marca.

O anúncio do plano de negócios para os próximos cinco anos foi feito a investidores na Bolsa de Nova York durante o Capital Markets Day. Das 12 empresas, 9 têm atuação no Brasil, em setores como agronegócio, construção e infraestrutura, motores e transporte.

São sete fábricas, em Piracibaba, Sorocaba e Curitiba (máquinas agrícolas), Contagem (máquinas de construção) e três em Sete Lagoas (caminhões e chassis de ônibus, veículos de defesa e motores), com 7.300 funcionários no total.

A separação das operações está prevista para ser concretizada em 2021 e resultará nas empresas "on-highway" e "off-highway". De um lado, ficarão veículos comerciais (Iveco, Iveco Bus e Heuliez Bus) e FPT (fabricante de motores diesel e transmissões) e, de outro, as empresas de agricultura e construção (New Holland, Case, ambas com duas marcas cada, e Steyr, fabricante de tratores austríaca). Isso inclui todo o maquinário agrícola produzido, como colhedoras e tratores.

A primeira teve receita de US$ 13,1 bilhões (R$ 54,6 bilhões) no ano passado, enquanto a segunda alcançou US$ 15,6 bilhões (R$ 65,05 bilhões).

Demonstracao de equipamento de alta tecnolocia da empresa New Holland - Mariana Martins-26.abr.2014/Folhapress

A empresa "fora da estrada" será predominantemente agrícola, setor que representa 75% da receita obtida no ano passado.

O plano, conforme o grupo, é apresentar estratégias robustas a serem implementadas em cada uma das empresas, para terem crescimento de vendas, simplificação de negócios e otimização de ativos.

Entre os pontos anunciados estão o plano de crescimento anual de 5% e dobrar o avanço do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

A estratégia inclui a redução de custos operacionais e aumento de eficiência com ações de reestruturação, que devem estar implementados totalmente até o fim de 2022. A expectativa é que os encargos fiquem entre US$ 450 milhões e US$ 500 milhões (de R$ 1,8 bilhão a R$ 2,08 bilhões), dos quais R$ 250 milhões (R$ 1,04 bilhão) em dinheiro.

Trator totalmente automatizado da Case. Veículo não precisa de motorista e é comandado por satélite - Joel Silva-1.mai.2017/Folhapress

Presidente da CNH Industrial, Suzanne Heywood disse que o plano levará à criação de dois líderes globais em seus respectivos campos de atuação.

Já Hubertus Mühlhäuser, CEO da CNH Industrial, afirmou que as metas são ambiciosas, mas alcançáveis. "Todos os negócios conseguirão atingir seu potencial em termos de desempenho financeiro, geração de valor para acionistas, mais acionistas e compromissos de sustentabilidade."

Ambas serão listadas separadamente nas Bolsas de Nova York e da Itália em 2021. O nome de uma delas ainda não está definido.

Além de anunciar a separação das operações do grupo, a CNH informou aos investidores a aquisição da AgDNA, empresa de sistema de informações de gerenciamento agrícola, que faz integração, mapeamento e análise de dados. O valor da negociação não foi revelado.

Na tarde desta terça-feira, as ações do grupo operavam em baixa de 3,12%, num dia em que a Bolsa norte-americana opera em queda de 1,39%.


O jornalista viajou a convite da CNH Industrial
 

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