Dólar fecha abaixo de R$ 4,10 pela 1ª vez desde que atingiu o patamar em agosto

Depois de sete semanas de alta, moeda acumula queda de 1,5% desde segunda (2)

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São Paulo

O dólar voltou a perder força contra a maior parte das moedas globais nesta sexta-feira (6). Dentre os emergentes, o real teve o segundo melhor desempenho em relação a moeda americana na sessão, atrás apenas da divisa peruana.

No Brasil, a cotação do dólar recuou 0,7%, a R$ 4,08. Esta é a primeira vez que a moeda fecha abaixo do patamar de R$ 4,10, alcançado em 23 de agosto. 

Esta também é a primeira semana de queda da moeda americana, com desvalorização de 1,5%, depois de sete semanas de alta.

Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos mostram um crescimento de empregos menor que o esperado, o que fez a moeda americana perder força.

Mas, ao mesmo tempo, os números dão suporte para novos cortes de juros por parte do Fed, banco central americano, em setembro, o que beneficia o mercado de ações.

Segundo o Departamento de Trabalho americano, foram criados 130 mil empregos em agosto, abaixo da expectativa de 160 mil novas vagas de economistas ouvidos pela Bloomberg. 

Por outro lado, os ganhos por hora trabalhada tiveram um aumento de 0,4%, o maior aumento mensal desde fevereiro.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o mercado de trabalho americano está forte e que o banco central vai continuar a agir conforme apropriado para sustentar a expansão da economia, em um mesmo tom adotado em Jackson Hole, no dia 23 de agosto, que despertou a fúria do presidente Donald Trump. 

Trump pede uma atuação mais expressiva do Fed no corte de juros. 

Powell também disse nesta sexta, em evento na Universidade de Zurich , que não é provável que a economia americana e a global entrarem em recessão.

Investidores viram a combinação dos números do mercado de trabalho e da fala de Powell como uma manutenção do cenário em que a maioria prevê um corte de 0,25 ponto percentual no juros americanos na próxima reunião do Fed, em 18 de setembro,

Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,26%, enquanto o S&P 500 se manteve estável. O índice Nasdaq teve leve queda de 0,17%.

Já o banco central da China anunciou, pela terceira vez neste ano, redução dos compulsórios —quantidade de dinheiro que os bancos devem reter como reservas—, liberando um total de US$ 126,35 bilhões em liquidez para dar fôlego à economia em desaceleração.

O Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) disse em seu site que reduziria o depósito compulsório em 50 pontos-base para todos os bancos, com um corte adicional de 100 pontos-base para alguns bancos qualificados menores. O PBOC já cortou o compulsório sete vezes desde o início de 2018.

No Brasil, o Banco Central anunciou medida semelhante no dia 27. Segundo o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, o banco está criando um novo sistema de assistência de liquidez a instituições financeiras que diminuirá a necessidade de um estoque tão grande de compulsórios, processo que levará em torno de um ano e meio para ser implementado.

Enquanto isso, o BC está abaixando o compulsório lentamente, sustentou Campos Neto em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele pondera que, independentemente dessa ação, os bancos também precisam de condição econômica para aumentarem seus empréstimos.

Impulsionada pela forte alta dos bancos, a Bolsa brasileira fechou em alta de 0,67%, a 102.935 pontos. O giro financeiro foi de R$ 14 bilhões, abaixo da média diária para o ano. Na semana, segunda seguida no azul, o índice acumulou alta de 1,8%. 

(Com agências de notícia)

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