Doria diz que é contra nova CPMF defendida por Paulo Guedes

Governador de São Paulo também criticou enfrentamento do governo federal com França e Alemanha

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São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (9) que é contra a "nova CPMF” do governo federal. O imposto sobre transações financeiras, defendido pela equipe econômica de Jair Bolsonaro, pode ser recriado nos moldes da antiga CPMF, na esteira da reforma tributária.

“Por ser liberal por formação, nosso governo não cria imposto, ele reduz”, afirmou. Ele disse admirar Paulo Guedes, ministro da Economia, mas ressaltou que “não é a favor da nova CPMF”.

Doria, virtual candidato do PSDB ao Planalto em 2022, dedicou sua fala em evento promovido pela Exame a atacar o governo e elogiar o que considera feitos de sua gestão de nove meses como governador de SP.

Citou a redução da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o combustível de aviação, uma medida de incentivo fiscal para ampliar os voos de companhias aéreas para o interior do Estado, e também o programa de incentivo à indústria automotiva.

Doria falou ainda sobre a percepção internacional do Brasil, dando ênfase à China, país que já visitou duas vezes neste seu começo de mandato. Já em relação a países europeus, como França, Alemanha e Portugal, disse considerar a situação gravíssima, em referência aos atritos gerados pelo governo Bolsonaro, que se intensificaram após a forte repercussão do aumento de desmatamento e queimadas na Amazônia.

“Os consumidores europeus são muito unidos. Se propõem nas redes sociais um boicote à carne brasileira, ninguém compra”, afirmou, sobre potenciais retaliações à crise ambiental.

Doria manteve críticas ao governo federal. Disse que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é uma pessoa não beligerante “com boa formação até” e que foi aconselhado por empresários mais cedo a não fazer um enfrentamento com França e Alemanha.

Para ele, as ofensas de Jair Bolsonaro e de Paulo Guedes à Brigitte Macron, mulher do presidente da França, Emmanuel Macron, foram desnecessárias, em mais uma sinalização de que está se colocando na oposição ao governo Bolsonaro, que apoiou durante a campanha.

“Você não faz isso com nenhuma mulher. É um mau exemplo”, disse.

Ainda assim, o governador enfatizou em seu discurso que é preciso evitar antecipar o processo eleitoral. "Não é hora de eleição.”

“Bolsonaro deve concentrar na gestão de seu governo, e não na eleição”, afirmou.

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